A mobilidade já é uma realidade nas empresas e surpreende que tão poucas organizações se atentem para a importância da elaboração de planos e estratégias mobile. A diferença entre as companhias que integram a mobilidade aos seus negócios e aquelas sem uma estratégia definida é refletida no mercado – enquanto umas ficam para trás, as outras se colocam em evidência. Aquelas que se mantêm estagnadas, precisam de orientação para criar uma abordagem coerente para a implementação móvel em toda a empresa.
É natural que surjam complicações no processo de transição da tecnologia tradicional para uma mais moderna. Para que o projeto de implantação das novas tecnologias móveis ocorra da melhor forma, existem algumas práticas a serem seguidas e algumas precauções a serem tomadas que servirão como base para atingir os resultados projetados:
1) Quem são os usuários? As soluções devem ser desenhadas em função dos colaboradores e das diversas tarefas que possuem. Fatores como geolocalização e capacidades técnicas também precisam ser considerados na força-tarefa para implantação de um plano mobile.
A escolha dos gadgets e o sistema que os cercam também será determinada a partir do perfil dos usuários. Linha de dispositivos (smartphones, tablets etc.), conexão, ambiente de utilização e aplicativos também irão direcionar a elaboração da estratégia.
2) Equipes de governança. Todo o suporte necessário à iniciativa deverá ser provido por uma equipe de liderança que atue conjuntamente do começo ao fim do projeto. A composição desse grupo implica, inclusive, o apontamento de uma cabeça pensante que gerencie e conduza a equipe – é uma ação essencial para o sucesso do projeto.
A definição dessa estrutura de governança será revertida em ganho técnico para colocar em prática as estratégias elaboradas. Isso ocorre, pois será essa equipe que norteará toda a operação de modernização da empresa com monitoramento, suporte, revisões e normas.
3) Seleção tecnológica. Estabelecidos os perfis gerais de usuários e a estrutura de governança por trás do projeto mobile, o passo adiante é mapear a tecnologia necessária para a resolução de demandas de diferentes departamentos da organização. Essa fase é importante para tangibilizar o resultado final do projeto – nela são direcionados os investimentos necessários, além de permitir ao CIO da empresa que mantenha sua agenda focada na modernização tecnológica completa da companhia, e não apenas no plano mobile.
4) Arquitetura. As tendências em torno da proliferação de aplicativos móveis, o desenvolvimento da TI num todo e o fenômeno BYOD apontam para a definição de uma arquitetura perfeitamente alinhada com a tecnologia utilizada. A integração dos sistemas possui relação com todas as informações e dados gerados e a arquitetura por trás desse planejamento mobile é uma forma de assegurar a boa transição das tecnologias tradicionais para as mais modernas.
No contexto da era da mobilidade, já é consensual que os líderes de TI precisam continuar investindo nas mais modernas tecnologias – inclusive as tecnologias móveis – para se manterem competitivos.
Iniciar a implementação de um projeto para o uso de tecnologias móveis com foco nos negócios pode parecer algo trabalhoso e de fato exige mobilização de pessoas e orçamento específico. Com a adoção de boas práticas no processo – definidas a partir dos quatro pilares prescritos –, muitas dificuldades podem ser eliminadas do caminho, o que certamente levará à conquista de bons resultados para a empresa.
Henrique Meira, sênior manager da NTT DATA Brasil