Alto custo de modernização de ferramentas locais impulsiona empresas a adotar ambientes de nuvem híbridos

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Devido ao alto custo de modernização das instalações locais e a atualização das ferramentas de gerenciamento para criar nuvens privadas, mais empresas estão optando por plataformas de hospedagem gerenciada que oferecem uma experiência semelhante à nuvem e que se conectem com a nuvem pública, com tecnologia robusta e hiperconectada. Segundo o relatório ISG Provider Lens Private/Hybrid Cloud – Data Center Services 2023 para o Brasil, distribuído pela TGT ISG, as nuvens privadas hospedadas em data centers eliminam preocupações com a soberania dos dados, ao mesmo tempo que mantêm uma conexão avançada com a nuvem pública, parceiros, fornecedores e clientes.

"Engenheiros e designers têm a expectativa de processar enormes volumes de dados em questão de segundos, enquanto os especialistas em marketing buscam acompanhar o comportamento do cliente em tempo real", explica Pedro L. Bicudo Maschio, analista líder da ISG e autor do estudo. "Para atender a essas expectativas, a infraestrutura de TI precisa se conectar a um maior número de fontes de dados, o que requer mais links de rede e maior largura de banda. O desafio é expandir o negócio para se conectar com uma base ampla de clientes, fornecedores e parceiros. Porém, ao fazer isso, aumentam os pontos de falha, tornando a empresa vulnerável a fraudes, violações de dados, roubo de informações e erros humanos".

A transformação digital dos negócios acelerou a adoção de nuvens públicas de 2020 a 2022, levando as empresas a se tornarem cada vez mais dependentes de comércio eletrônico, pagamentos digitais e análise de dados em tempo real. Com um aumento nas transações comerciais ocorrendo na nuvem, a ISG percebe uma demanda crescente por transferências de dados em alta velocidade e integração ágil de aplicativos. O relatório aponta que empresas estão enfrentando o desafio de conciliar hiperconectividade e cibersegurança.

De acordo com o estudo, embora a automação ajude a reduzir erros humanos, soluções mais sofisticadas baseadas em aprendizado de máquina estão surgindo na nuvem para identificar e abordar rapidamente essas vulnerabilidades e reagir a fraudes, roubos e violações. Oferecer toda a conectividade e segurança a partir de data centers locais (on-premises) torna-se um desafio de execução. Por isso, grandes organizações com servidores internos têm adotado arquiteturas híbridas.

Muitos clientes estão movendo cargas de trabalho da nuvem pública para hosting gerenciado e um dos principais fatores apontados pelo relatório para isso é o preço. As nuvens públicas têm sua precificação em dólares, de acordo com os custos globais de infraestrutura, enquanto hosting gerenciado tem seu preço em reais, de acordo com os custos no Brasil. "A mudança na paridade da moeda de 2020 para 2022 resultou em uma diferença de preço, fazendo com que os serviços de hosting gerenciado ficassem mais competitivos no Brasil. Além disso, o modelo de precificação para nuvem pública contribui para gastos excessivos dos clientes. Por outro lado, a plataforma gerenciada oferece esquemas de precificação simplificados que são mais fáceis de entender e controlar", explica o autor.

O relatório destaca que os serviços de "bare metal", que são servidores dedicados, estão impulsionando o crescimento do mercado. As empresas oferecem ferramentas de gerenciamento remoto que permitem que os clientes tenham acesso total ao hardware para configuração e operações. As principais plataformas permitem que os clientes criem e carreguem suas imagens de armazenamento (ISO) para implantar servidores bare metal idênticos, criar fazendas de servidores e controlá-los remotamente. Além disso, novas funcionalidades permitem que os servidores bare metal se comportem como servidores virtuais. Alguns provedores têm o hardware em estoque e contam com engenheiros nos data centers para implantar servidores físicos em menos de 30 minutos.

"As atuais nuvens híbridas são, na verdade, multiclouds, o que acarreta aumento na complexidade de gerenciamento. Alguns provedores de serviços agora oferecem AIOps e FinOps como serviço. Essa oferta permite que os provedores resolvam simultaneamente os desafios dos clientes relacionados à gestão de vários provedores e plataformas", comenta o autor.

Pedro esclarece que um cliente pode ter um fornecedor responsável pelo gerenciamento de CRM e colaboração, outro gerenciando a infraestrutura local e outro a nuvem pública, mas uma empresa que oferece AIOps pode integrar e consolidar a automação em um único painel de controle. "Da mesma forma, um fornecedor pode consolidar o uso e as despesas em várias plataformas em uma ferramenta de FinOps para demonstrar os gastos com a nuvem híbrida às respectivas unidades de negócio".

Por fim, o relatório aponta que a instalação do 5G, que entrou em vigor no Brasil em 2022, tem motivado mais debates em torno de edge computing e criando oportunidades para parceiros que evoluírem neste quesito. Há também um foco maior em sustentabilidade por parte dos clientes, relatando uma necessidade de atingir metas nesse sentido. "Cada vez mais fornecedores de serviços demonstram foco em TI sustentável e eficiência do data center. Muitos fornecedores oferecem garantias contratuais de uso de energia sustentável, mas poucos são neutros em carbono, por exemplo", finaliza.

O relatório ISG Provider Lens Private/Hybrid Cloud – Data Center Services 2023 para o Brasil avalia as capacidades de 43 fornecedores em quatro quadrantes: Managed Services for Large Accounts, Managed Services for Midmarket, Managed Hosting e Colocation Services.

O relatório nomeia Edge UOL e Equinix como líderes em três quadrantes cada, enquanto Kyndryl, Matrix, TIVIT e T-Systems são apontadas como Líderes em dois quadrantes cada. Accenture, Ascenty, Capgemini, Claranet, Dedalus, EVEO, HostDime, Logicalis, Nextios, Scala Data Centers, Skymail, Under e Wipro são nomeadas líderes em um quadrante cada.

Além disso, inovTI, Takoda e V8.Tech são nomeadas como Rising Stars — empresas com um "portfólio promissor" e "alto potencial futuro" pela definição da ISG — em um quadrante cada.

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