A Microsoft divulgou nesta sexta-feira, 27, que recebeu 37.196 pedidos para o fornecimento de dados de usuários de agências governamentais no primeiro semestre, o que envolveu 66.539 contas no período. Do total de pedidos — que inclui contas de serviços de mensagens e telefonia via internet Skype —, apenas 2,19% resultaram na divulgação dos dados. Segundo a empresa, 92% de todos os pedidos e que resultaram na divulgação dos dados foram feitos por agências policiais dos Estados Unidos.
Dos pedidos feitos entre janeiro e junho, 73% ficaram concentrados em cinco países — Estados Unidos, Turquia, Alemanha, Reino Unido e França. Segundo a empresa, nos pedidos referentes ao Skype, a concentração foi semelhante, com exceção da Turquia.
No Brasil foram feitas 1.098 solicitações, sendo que 2.019 contas ou usuários foram especificados nos pedidos. No gráfico abaixo (em inglês), a companhia mostra que 5,8% do conteúdo foram divulgados no país, 70,9% foram referentes apenas a dados de assinaste ou dados transacionais, 22,7% não tiveram os dados encontrados e 0,6% dos pedidos foram rejeitados. A mesma relação é feita para demonstrar apenas os pedidos relacionados ao Skype.
A empresa reitera que ainda não obteve permissão para "relatar informações detalhadas sobre o tipo e volume de todas as ordens de segurança nacional [por exemplo, ordens e diretivas da Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira dos EUA — Fisa]" que recebeu. "Por isso, nenhuma ordem de segurança nacional está incluída neste relatório. Resumimos, por orientação do governo, o volume agregado de Cartas de Segurança Nacional que recebemos."
Junto ao Google, a Microsoft tem pressionado o governo americano para divulgar esses detalhes, a fim de esclarecer as recentes denúncias de espionagem feitas pela ex-técnico da CIA Edward Snowden, as quais envolverem diversas empresas de tecnologia sob a acusação de colaborarem com as agências de segurança para fornecer dados de usuários.