No ano passado, a China importou US$ 232 bilhões em semicondutores, superando até mesmo o montante gasto em petróleo. Decidido a reduzir esse custo, o país agora está redobrando seus esforços para projetar e produzir chips. A estratégia adotada por Pequim é a criação de programas para aumentar o investimento por parte do Estado e obter know-how de empresas de chips estrangeiras.
Há também uma nova determinação do governo central. O vice-premiê Ma Kai está liderando uma força-tarefa para desenvolver a indústria de chips, com o propósito de tornar o país líder mundial em 2030. A força-tarefa reúne quatro ministérios e terá à disposição US$ 170 bilhões do governo para gastar no período de cinco a dez anos, de acordo com um relatório de junho da McKinsey & Company. Além disso, nos últimos 15 anos, o governo concedeu subsídios, financiamento e direitos extraordinários aos fabricantes de chips.
Analistas de segurança dizem que a tecnologia chip tem sido o foco de órgãos de inteligência chineses e o alvo dos esforços para reduzir a dependência de empresas estrangeiras. "Há uma sensação de que a China ainda é predominantemente dependente de importações, especialmente de chips mais sofisticados, usados em vários produtos fabricados no país. [E o governo…] vê uma vulnerabilidade da segurança nacional", disse Daniel H. Rosen, sócio-fundador do grupo Rhodium, empresa de pesquisas e consultoria econômica, em entrevista ao The New York Times.
Segundo ele, essa sensação se intensificou depois das denúncias do ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, Edward Snowden, que vazou para a imprensa milhares de documentos sobre o vasto programa de espionagem do governo americano. Isso aumentou a preocupação entre funcionários do governo chinês de possíveis problemas de segurança com componentes de tecnologia de origem estrangeira.
Um desdobramento disso é a investigação sobre a fabricante americana de chipsets para dispositivos móveis Qualcomm, por supostas práticas de monopólio. O caso deverá resultar em uma multa e para forçar a empresa a diminuir as taxas de licenciamento que cobra de empresas chinesas a usar sua tecnologia, de acordo com analistas e advogados que acompanham o caso informaram ao jornal americano.
Nos últimos meses, as multinacionais têm enfrentado crescente pressão na China, por meio de órgãos antitruste que têm aberto investigações por suposta prática de dumping de fabricantes de alimentos, montadoras de automóveis e empresas de tecnologia.
Para tentar atrair talento internacional, a fabricante de chips Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC), por exemplo, acena com facilidades tais como escola bilíngue para seduzir engenheiros altamente qualificados que ele precisava para construção de linhas de montagem complexas.
Com a ajuda de subsídios do governo, a SMIC tornou-se uma grande produtora de chips, desde a sua fundação no ano 2000, embora elae ainda não tenha escala e tecnologia para competir com empresas como Intel, Samsung e Taiwan Semiconductor Manufacturing Corporation.
Nos EUA, em contrapartida, há a suspeita de que o governo chinês esteja envolvido em esquemas para adquirir tecnologia de chip para aplicações militares. Em 2012, o FBI, a polícia federal americana, indiciou dois chineses, acusando-os de tenta comprar de forma ilegal chips reprogramáveis ??de uma empresa americana, a Lattice Semiconductor, que podem ser usados a altas temperaturas, como em foguetes. Eles não foram presos.
Para estes americanos tudo é ocm fins militares e com isto eles vão condenando o resto do mundo a dependencia e ao atraso. Certamente os chines que estavam negociando estes chips o fizeram ou porque não era permitido legalmente esta comercialização e pretendiam uma evolução tecnologica que não necessariamente foguetes, ou queriam simplemente copia-los.