Pagamentos em tempo real crescem na América Latina e trazem benefícios econômicos, aponta relatório

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A América Latina está pronta para obter um crescimento econômico acelerado e significativo devido à adoção de pagamentos em tempo real, apesar de alguns gargalos na infraestrutura financeira da região e da preferência de uma parcela da população por pagamentos em papel.

Esses dados são resultados da terceira edição do Prime Time for Real-Time 2022, publicado pela ACI Worldwide, em parceria com a GlobalData e o Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (Cebr, Centre for Economics and Business Research).

O relatório – que acompanha os volumes de pagamentos em tempo real e o crescimento em 53 países – inclui um estudo de impacto econômico pela primeira vez, fornecendo uma visão abrangente dos benefícios econômicos dos pagamentos em tempo real para consumidores, empresas e a economia geral em 30 países. O relatório abrange todas as nações do G20, excluindo a Rússia.

A pesquisa mostra que os governos que avançam na modernização de sua infraestrutura nacional de pagamentos em tempo real criam uma situação vantajosa para todas as partes interessadas neste ecossistema: consumidores e empresas se beneficiam de serviços de pagamentos rápidos, sem conflito e hiper conectados; instituições financeiras preparam seus negócios futuros em um ambiente altamente competitivo, acelerando a modernização centrada em dados e na nuvem, e os governos nacionais impulsionam o crescimento econômico, reduzem o tamanho de sua economia paralela e criam um sistema financeiro mais justo para todos.

Destaques da América Latina:

• As três principais economias da região – Brasil, Argentina e México – devem ter grandes ganhos econômicos nos próximos cinco anos, com Argentina e Brasil projetados para apresentarem aumentos de sete e 10 vezes, respectivamente, em benefícios econômicos e economias impulsionadas por pagamentos em tempo real
Brasil:

• O Brasil lidera e impulsiona o crescimento e o volume de pagamentos em tempo real da região. Em 2021, o país registrou 8,7 bilhões de pagamentos em tempo real, principalmente devido ao rápido crescimento da popularidade do sistema de pagamento instantâneo: PIX.

• De 2020 para 2021, o Brasil subiu da 8ª posição no ranking global de pagamentos em tempo real da ACI para a 4ª posição, aumentando o número de transações em quase 6 vezes: de 1,3 bilhão para 8,7 bilhões.
• A ampla adoção de pagamentos em tempo real resultou em economias de custos estimada em US$ 5,7 bilhões para empresas e consumidores em 2021, o que ajudou a liberar US$ 5,5 bilhões de produção econômica adicional, o que representa 0,34% do PIB do país.

• Com a expectativa de que os números de transações de pagamentos em tempo real aumentem para 82,4 bilhões anualmente até 2026, a economia líquida para consumidores e empresas deverá subir para US$ 37,9 bilhões no mesmo período. Espera-se que isso ajude a gerar US$ 37,6 bilhões adicionais de produção econômica, o equivalente a 2,08% do PIB previsto do país.

• De todos os 30 países cobertos pelo estudo de impacto econômico do Cebr, o Brasil tem o maior PIB previsto de cinco anos facilitado por pagamentos em tempo real em termos percentuais – 2,08% até 2026.

México:

• Apesar de ser o pioneiro em pagamentos em tempo real da América Latina, o México teve uma adoção mais lenta do que seus vizinhos, principalmente devido a uma grande população não bancarizada e uma falta de adesão e de conscientização sobre os meios de pagamentos eletrônicos.

• Em 2021, os volumes de transações de pagamentos em tempo real atingiram 1,6 bilhão, com economia de custos estimada para empresas e consumidores de US$ 1 bilhão. Isso ajudou a liberar US$ 1,9 bilhão de produção econômica adicional, equivalente a 0,15% do PIB.

• Com transações de pagamentos em tempo real programadas para atingir o pico de 2,6 bilhões em 2026, a economia líquida para empresas e consumidores deve chegar a US$ 1,3 bilhão, o que ajudará a gerar US$ 2,8 bilhões adicionais de produção econômica, equivalente a 0,19% do PIB previsto do país.

Argentina:

• Os pagamentos em tempo real foram responsáveis por gerar US$ 15 milhões de produção econômica adicional, equivalente a 0,003% do PIB formal em 2021, com previsão de aumento para US$ 183 milhões e 0,03% em 2026, respectivamente.

• Para a segunda maior economia da América do Sul, os benefícios econômicos dos pagamentos em tempo real permanecem amplamente inexplorados. Segundo o Cebr, o impacto teórico de todos os pagamentos em tempo real pode adicionar 4% ao PIB formal até 2026 – embora esse número não sugira que não haja mais lugar para pagamentos eletrônicos não instantâneos ou pagamentos em papel no futuro.

"A América Latina tem uma oportunidade incrível e a força para impulsionar o crescimento econômico e a inclusão financeira com pagamentos em tempo real", disse Leonardo Escobar, chefe da ACI Worldwide na América Latina. "Dadas as economias potenciais e os benefícios econômicos, mesmo uma mudança moderada para os pagamentos em tempo real afetará significativamente nosso futuro econômico. É hora de governos e corporações desempenharem seu papel em nossos esforços para liderar globalmente os pagamentos em tempo real."

"Sem mandatos governamentais, muitas instituições financeiras têm pouco incentivo para transformar sua tecnologia. Muitas histórias de sucesso em todo o mundo, inclusive na Ásia, servem como um modelo para a América Latina impulsionar ainda mais os pagamentos em tempo real", acrescentou Escobar.

"Ao permitir a transferência de dinheiro entre as partes em segundos em vez de dias, os pagamentos em tempo real melhoram a eficiência geral do mercado", comentou Owen Good, chefe de consultoria do Cebr. "Os pagamentos em tempo real melhoram a liquidez no sistema financeiro e, portanto, funcionam como um catalisador para o crescimento econômico. Isso é especialmente importante para nossas economias de ritmo acelerado e digital. Os trabalhadores são pagos rapidamente, permitindo que eles planejem melhor suas finanças. As empresas têm mais flexibilidade e reduzem a necessidade de gerenciamento de fluxo."

"Um dos grandes temas do relatório deste ano é a nuvem como grande tecnologia facilitadora do sucesso em tempo real e novas experiências de pagamentos diferenciadas", acrescentou Jeremy Wilmot, diretor de produtos da ACI Worldwide. "Na indústria de serviços financeiros, ainda precisamos aprimorar o potencial da nuvem. Como outras indústrias já mostraram, e como este relatório confirma, está cada vez mais claro que bancos e instituições financeiras com projetos de ganhar com pagamentos em tempo real, precisam estar centrados em dados e se basear na nuvem."

"Os países em desenvolvimento continuam gerando a maioria dos ganhos de volume em tempo real, confirmando a tendência do setor de crescimento mais forte proveniente de economias com infraestrutura mínima de pagamentos eletrônicos e, portanto, maior dependência de dinheiro", disse Sam Murrant, analista líder da GlobalData. "Em meio a toda essa atividade, o celular em suas múltiplas formas moldará a trajetória dos pagamentos em tempo real para os mercados em desenvolvimento. A Índia fornece o modelo para integração de carteira móvel com sistemas de pagamento em tempo real subjacentes. No entanto, podemos ver o envolvimento dos bancos mais atrás das carteiras."

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