O setor de telecomunicações investiu, em 2023, R$ 35 bilhões. O resultado mantém uma estabilidade em relação a anos anteriores, na casa dos 20% da receita líquida, segundo dados da Conexis Brasil Digital. Em 2022, o investimento total alcançou R$ 40,2 bilhões, e, em 2021, esse número foi de R$ 40,8 bilhões. A diferença está relacionada ao cumprimento das metas do edital do 5G. Os resultados 2023 completam um ciclo de três anos de fortes investimentos no setor para desenvolvimento da rede 5G no país em tempo recorde.
"Em 2023, a tecnologia 5G foi ativada em 352 cidades, onde moram 54% da população brasileira", afirma Marcos Ferrari, presidente-executivo da Conexis Brasil Digital. "Em 2024, nosso compromisso é manter os investimentos necessários e defender ajustes e reformas que colaborem para aumentar o acesso a conectividade, como a Reforma Tributária", completa o executivo.
Como resultado da expansão da rede, o relatório indica que o Brasil está mais conectado. O grande destaque de 2023 foi o crescimento no acesso de banda larga fixa e móvel e na gradual adesão de consumidores ao serviço 5G. No ano passado, os dados de banda larga indicam crescimento de 4% no acesso às redes fixa e móvel. Só no 4º trimestre, o setor alcançou 235,5 milhões de acessos na banda larga móvel e 47,2 milhões na banda larga fixa, totalizando 282,8 milhões de acessos. Já o 5G chegou a 21 milhões de acessos no final do ano.
Receita – Em 2023, o setor registrou uma receita bruta real (valores corrigidos pelo IPCA) de R$ 279,4 bilhões, uma queda de 5% em relação à média dos últimos quatro anos. A concorrência na banda larga fixa e a competitividade por clientes 5G em telefonia móvel fazem do preço um diferencial competitivo, o que impactou o crescimento de receita do setor. Mas há uma expectativa positiva com relação ao aumento da receita, principalmente por conta do avanço do 5G nos setores produtivo e inovação.
"Acreditamos que o 5G tem potencial de criar novas fontes de receita para o setor, a partir da aplicação da tecnologia em diferentes setores da indústria. Além disso, existem investimentos consistentes em inovações como o Open Gateway, iniciativa voltada para o desenvolvimento de soluções padronizadas com o uso das redes das operadoras", complementa Ferrari.
Resultados 4T23 – No 4º trimestre de 2023, o setor de telecomunicações investiu R$ 10 bilhões, um crescimento de 14,9% em relação ao 3º trimestre do ano passado. O valor representou, porém, uma queda de 10,2% em relação ao 4º trimestre de 2022. A receita bruta do setor alcançou R$ 68,5 bilhões no 4º trimestre de 2023, 9% abaixo da média dos últimos quatro anos. No comparativo com o mesmo período em 2022, foi registrada uma queda de 6,9% em valores reais.
Acessos – Em 2023, o Brasil registrou 282,8 milhões de acessos em banda larga, fixa e móvel, um aumento de 11,3 milhões no comparativo com 2022, ou 4%. Destaque para o crescimento em cobertura e qualidade – desde 2019, a velocidade média dos acessos aumentou mais de 5x, chegando a 335Mbps. O aumento de velocidade média também é resultado do aumento dos acessos via fibra óptica, que representam 74% da base.
Para telefonia móvel, em 2023 foram registrados 256 milhões de acessos, sendo 21 milhões em rede 5G. Desde 2021, há uma tendência natural de troca de tecnologia, com a redução do número de acessos 4G e o crescimento em 5G. Somente no último trimestre de 2023, foram mais de 14 milhões de acessos em 5G, alcançando o patamar do 2G e do 3G.
O país fechou o ano de 2023 com 91,1 mil antenas, um aumento de 4% em relação ao ano anterior. Este crescimento é devido principalmente à expansão da tecnologia 5G, que demanda um maior número de antenas.
Emprego – O setor fechou o ano de 2023 empregando diretamente 518,8 mil trabalhadores. Comparado com o ano de 2022 houve uma redução de 0,6% no número de empregos diretos.
