Aplicação desenvolvida com base na plataforma analítica da MicroStrategy contribuiu para uma economia indireta de cerca de R$ 500 milhões nos cofres públicos em um período de cinco meses. O montante iria para pagamentos das solicitações de benefícios indevidas. O Ministério do Trabalho (MTb) utilizou a tecnologia para impedir que recursos públicos destinados à população caiassem na mão de golpistas e quadrilhas, evitando grandes rombos nos cofres públicos.
Com o apoio de uma aplicação antifraude desenvolvida com base na plataforma analítica da MicroStrategy, passou a ser possível detectar e evitar fraudes nos pedidos de seguro-desemprego realizados. O projeto foi desenvolvido pela B2T, empresa parceira da MicroStrategy que oferece soluções em analytics, big data, gestão de identidade e análise forense.
Antes desta aplicação antifraude e do analytics, embora a Polícia Federal investigasse os casos de irregularidades, era praticamente impossível recuperar os recursos pagos indevidamente. Estima-se que as fraudes de 2015 até 2016 tenham sido responsáveis por danos da ordem de quase R$ 2 bilhões. Com o projeto, prever a fraude e bloquear o pagamento já é uma realidade, evitando assim o uso irregular do erário. De acordo com o MTb, em 2017, o combate à fraude já proporcionou uma economia de aproximadamente R$ 500 milhões.
A estimativa, porém, é que esse valor chegue a R$ 1,3 bilhão, com um ano de projeto. Além disso, mais de 25 mil requerimentos foram bloqueados, o que equivale a não liberação de cerca de R$ 139 milhões para pessoas que legalmente não eram merecedores desse benefício.
Sempre que uma fraude é constatada e confirmada, o sistema é capaz de entender esse comportamento e compará-lo com outras situações similares que já ocorreram no passado ou que possam vir a ocorrer. E assim, desvendar padrões comuns e permitir atuar de maneira preventiva. Com isso, o MTb revelou, por exemplo, casos em que uma mesma pessoa (mesmo CPF) deu entrada em sete benefícios diferentes, incluindo por empresas que ainda estavam em processo de abertura; e até de uma microempresa, que normalmente possui no máximo 10 funcionários, que demitiu, simultaneamente, cerca de 280 trabalhadores.
O sistema também irá facilitar e agilizar os pedidos de seguro-desemprego ao trabalhador. Atualmente, o processo leva aproximadamente dois meses, pois para dar entrada no benefício, é necessário realizar um agendamento para ir até uma agência, reunir todos os documentos – como carteira de trabalho, identidade e rescisão de contrato – e, se estiver tudo certo, o trabalhador começa a receber o benefício. Com o sistema empregado, este procedimento não será mais requerido e o processo será todo automático entre o antigo empregador e o Ministério, que enviará uma mensagem ao beneficiário com informações de quando e quanto ele irá receber.