As crises econômicas e os períodos radicais de mudança geralmente resultam em grandes processos de inovação e adoção de tecnologias emergentes. Na pandemia, este cenário não é diferente. Nos últimos meses, as mudanças trazidas pela covid-19 se tornaram uma oportunidade histórica para ganhar participação de mercado e entrar em grandes novos segmentos, fazendo as apostas certas em inovação. No entanto, muitas empresas, em vez disso, pressionaram o botão de pausa, pensando que já haviam feito o suficiente.
Embora a pandemia tenha trazido uma série de novos desafios para as empresas, é preciso investir em soluções únicas para a manutenção e para o crescimento dos negócios. A inovação, resiliência e a reinvenção serão cada vez mais importantes para as organizações brasileiras. Neste cenário, atuar em novos mercados, usando novos modelos de negócio para alcançar, e atender lucrativamente segmentos de compradores emergentes são um diferencial.
Centrar-se nos clientes, comunidades e força de trabalho – e não apenas no resultado financeiro – para gerar diferenciação no curto prazo e impulsionar a sustentabilidade no longo prazo serão pilares importantes para a sobrevivência das empresas. Acima de tudo, será preciso reavaliar e estabelecer parcerias, como por exemplo, distribuidores, além de revisitar ativos para compra e a experimentação interna.
Para isso, é preciso fazer apostas estratégicas com alto potencial de ganho, pensando a longo prazo e aproveitando as novas possibilidades em toda a economia. Posicionar os portfólios de inovação para acompanhar o ritmo acelerado das mudanças atuais e as expectativas digitais crescentes de clientes, parceiros e concorrentes serão essenciais. Quanto mais desafios surgirem em virtude da pandemia, mais necessária será a criação de soluções estratégicas para ultrapassar os obstáculos.
A inovação atravessa praticamente quase todos os cenários, sejam eles de crises de saúde, econômicos ou sociais. Com a retomada dos negócios no cenário pós pandemia, as empresas serão estimuladas a procurar modelos de negócios e mercados totalmente novos. Líderes inovadores aproveitarão esse momento para saltar à frente dos concorrentes, formando um novo ecossistema de empresas inovadoras que darão início à próxima onda de crescimento. Assim, cria-se o imperativo da inovação.
André Coutinho, sócio-líder de Advisory da KPMG no Brasil e na América do Sul.