Internet e mobile banking responderam por quase a metade das transações realizadas por correntistas no ano passado (47%) e já superam a utilização dos canais mais tradicionais (caixas eletrônicos, contact center e agências bancárias), responsáveis por 37% das movimentações financeiras, de acordo com pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em parceria com a Strategy&. (ex-Booz & Co.), divulgada nesta terça-feira, 29.
Embora somente 23% das movimentações por internet e mobile banking tenham resultado em transação efetiva, em números absolutos houve um aumento no total de transações, saltando de 14,81 bilhões em 2012 para 18,9 bilhões no ano passado, disse o diretor setorial de tecnologia e automação bancária da Febraban, Gustavo Fosse.
Os dados da pesquisa mostram que em 2009 a participação desses canais era de 31%, 16 pontos percentuais abaixo em relação a 2013. O mobile banking ainda responde pela maior parte do total de transações (59%), cujo volume de transações aumentou, em média, 270% ao ano entre 2009 e 2013, a maior taxa média anual entre todos os meios, subindo de 12 milhões para 2,3 bilhões nesse período. No mesmo intervalo, a participação dos smartphones no número total de operações subiu de praticamente zero para 6%. Somente nas transações sem movimentação financeira, como em aplicativos para consulta de saldo, a participação do mobile banking subiu de 4% para 10% entre 2012 e 2013.
A Febraban aponta que, entre 2009 e 2013, o número de contas correntes com mobile banking registrou crescimento médio anual de 134%, atingindo 11,3% da base de contas do ano passado.
De acordo com Fosse, o acesso aos serviços bancários por computador também vem crescendo desde 2009. O número de contas correntes acessadas pela internet tem aumentado a uma taxa média anual de 19%, alcançando a marca de 41,8 milhões no ano passado — o equivalente a 40% do total. O volume de transações via internet banking também avançou (23%), passando de 7,3 bilhões para 16,6 bilhões entre 2009 e 2013. O estudo avalia que esse crescimento está diretamente ligado à maior difusão do acesso à internet pelos brasileiros. 2013.
Apesar do crescimento do internet banking, o estudo traz um paradoxo: as agências bancárias continuam com números expressivos. A média de transações mensais com movimentação por conta corrente é equivalente para agências e internet banking — 2,3 e 2,5 transações respectivamente. Se forem consideradas somente as contas que usam internet, o número de transações com movimentação financeira sobe para 6,2 por mês. Ou seja, mesmo com a consolidação das tecnologias de autoatendimento online, o número de agências e postos de atendimento bancário continua se expandindo, com crescimento anual médio de 3% entre 2009 e 2013.
Gastos mais tímidos
O levantamento aponta que os bancos que operam no Brasil gastaram cerca de R$ 20,6 bilhões em tecnologia no ano passado, entre despesas e investimentos, um ligeiro aumento de 3% em relação a 2012, quando o montante foi de R$ 20,1 bilhões. O volume, no entanto, equivale a 17% dos gastos com TI no Brasil, o que torna o setor bancário o maior investidor em tecnologia dentre todas as indústrias nacionais.
A distribuição dos gastos no ano passado mostra que enquanto os investimentos em software tiveram um aumento de 3% em relação a 2012, respondendo por 40% do total, as despesas com telecom caíram na mesma proporção, representando 18% da cifra aplicada pelos bancos. Já em relação aos gastos com hardware o volume se manteve praticamente inalterado, com o equivalente a 40% dos recursos financeiros.
De acordo com a Febraban, o Brasil é hoje um dos principais participantes na indústria mundial de tecnologia bancária e se consolidou como o maior investidor em TI dentre as indústrias. Tanto que dos US$ 336 bilhões gastos em TI pela indústria bancária mundial, o país respondeu por US$ 11,1 bilhões em 2013, à frente de países como México, Rússia e Índia, e praticamente no mesmo patamar da França.