Expansão internacional da Oi exigirá US$ 15 bi em recursos, calcula executivo

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O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, disse nesta quinta-feira (29/5), em audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, que uma expansão internacional da Oi, com a compra da Brasil Telecom, exigirá investimentos de US$ 15 bilhões em cinco anos. Segundo ele, esses investimentos poderiam vir tanto por meio de captação de recursos quanto por troca de ações.

O executivo afirmou que o objetivo principal da compra da Brasil Telecom pela Oi é a criação de uma empresa multinacional de telecomunicações. Ele avaliou que, se for haver uma plataforma mundial de língua portuguesa, o Brasil é candidato, uma vez que tem 180 milhões dos 250 milhões de falantes do idioma no mundo, referindo-se a países africanos que falam português e a Portugal. O presidente da Oi também considerou a possibilidade de expansão na América Latina.

Segundo Falco, uma empresa do porte da que resultará da fusão no Brasil permitirá o retorno dos investimentos em ciência e tecnologia, prejudicados com a privatização do setor. Ele ressaltou que o país tem condições para isso, pois possui técnicos e conhecimento suficientes. O presidente da Oi enfatizou que a empresa é a terceira do setor que mais investe em pesquisa e desenvolvimento no país.

Falco, disse que a compra da Brasil Telecom permitirá que a Oi tenha atuação nacional, entrando nos mercados das regiões Sul e Centro-Oeste. A maior parte dos serviços de telefonia fixa, por exemplo, nessas duas regiões está sob controle da Brasil Telecom. Falco ressaltou, no entanto, que a operação de compra não constituirá concentração de mercado, já que a empresa entrará em uma região onde antes não atuava.

Ao explicar aos deputados a operação de compra e os reflexos do negócio no mercado brasileiro, o presidente da Oi disse que há uma confusão no Brasil entre os termos concentração e escala. No caso da operação de compra da Brasil Telecom pela Oi, ele disse que a empresa a ser criada terá ampliação de escala e não concentração. Ele informou que a empresa terá apenas 18% do mercado de celulares, ficando atrás das outras três operadoras que atuam no país. Segundo ele, a nova empresa será a 30ª do mundo em valor de mercado.

Ainda segundo Falco, o acordo de acionistas prevê que, nos três primeiros anos após a compra, não haverá redução dos postos de trabalho. "A expectativa do grupo é que sejam geradas 800 novas vagas no país, 300 delas em São Paulo", disse.

O executivo explicou aos parlamentares que a única forma de garantir competitividade para as empresas brasileiras é viabilizar a integração das plataformas tecnológicas de transmissão de dados (telefonia, rádio e televisão). Falco destacou a importância dessa convergência tecnológica, dizendo que era algo que não estava previsto na época da privatização do mercado de telecomunicação brasileiro. Ele lembrou que, depois do período de consolidação dos mercados, sempre há a redução no número de empresas que atuam, como já ocorreu nos Estados Unidos e na Europa.

Falco afirmou que a operação de compra também é boa porque a nova empresa terá 29% da receita do Brasil, enquanto o grupo mexicano Telmex tem 20% e o espanhol Telefônica tem 40%. A compra da Brasil Telecom, segundo ele, causará um equilíbrio entre os três competidores. "No mercado mundial, o grupo mexicano é três vezes maior que o nosso, enquanto o espanhol é oito vezes maior", informou.

Crescimento do setor

Também na audiência, o diretor de Planejamento Estratégico da Brasil Telecom, Ari Joaquim da Silva, lembrou que o setor de telecomunicações investiu R$ 183 bilhões no País entre 1997 e 2007, gerando 329 mil vagas de trabalho. Ele ressaltou que o setor tem uma participação de 6,2% do PIB e contribuiu com R$ 37 bilhões em arrecadação de impostos somente no ano passado.

Silva lembrou que, em 1997, havia 18 milhões de acessos de telefonia fixa, número que saltou para 40 milhões em 2007. No caso dos telefones celulares, os 5 milhões de acessos em 1997 passaram para 121 milhões no ano passado. Em 2001, apenas 6% das residências tinham telefones móveis no Brasil, enquanto 28% tinham esse serviço em 2006.

O diretor de Planejamento Estratégico da Brasil Telecom informou que, na América Latina, os grupos Telefônica (da Espanha) e Telmex (do México) controlam 60% dos acessos fixos e 73% dos acessos móveis.

Com informações da Agência Câmara.

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