País precisa desonerar mão-de-obra para ser competitivo na terceirização offshore, diz Brasscom

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O Brasil poderá se beneficiar das oportunidades que estão surgindo no mercado mundial dos serviços de tecnologia da informação, principalmente no setor de terceirização, o chamado offshore outsourcing. Mas, para isso, precisa investir em capacitação para o desenvolvimento de softwares. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software e Serviços para Exportação (Brasscom), Antonio Carlos Rego Gil, que falou durante o 20º Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (INAE), no Rio de Janeiro.

?Para se ter uma idéia do que estamos falando, no mercado de US$ 1,2 trilhão de serviços em nível global, existe um potencial de US$ 300 bilhões a US$ 400 bilhões para serem investidos sob a forma de outsourcing.? Mas Rego Gil alega que, muitas vezes, falta capacitação para lidar com as peculiaridades do setor. ?Não existe mão-de-obra qualificada para fazer tudo que vai precisar ser feito em termos de desenvolvimento de software e de serviços.?

O presidente da Brasscom afirmou que somente neste ano serão gastos cerca de US$ 70 bilhões em serviços terceirizados, dos quais 50% irão para a Índia, primeira no setor de TI no mundo, segundo ele. Mas, os países começam a buscar outras alternativas de mercado em função das diferenças culturais, da distância, inflação de custos e condições geopolíticas indianas.

Ele afirmou que as três alternativas viáveis são Rússia, China e Brasil. ?O Brasil é declaradamente o melhor.? Isso se deve, segundo Rego Gil, ao mercado interno brasileiro, que é igual ao da China e superior ao da Índia e Rússia, e ao conhecimento nacional em termos do uso de TI em setores como serviços financeiros, por exemplo, que é ?ímpar no mundo?.

O principal entrave a ser vencido pelo Brasil na área de outsourcing é que o custo da mão-de-obra, ?onerado pelos impostos, não é competitivo?. O primeiro passo para superar esse problema foi dado pelo governo federal na nova política de desenvolvimento produtivo. ?Mais do que a desoneração em si, é um passo político importantíssimo, inclusive com repercussão internacional?, frisou Rego Gil.

O presidente da Brasscom lembrou que há outros desafios a serem vencidos, embora o Brasil seja o oitavo maior mercado interno do mundo e um dos mais capacitados em vários setores. Ele explica que as 35 empresas associadas à entidade se comprometeram junto ao governo a exportar US$ 5 bilhões em 2011, contra os US$ 800 milhões registrados em 2007. Para isso, terão de treinar 100 mil profissionais em TI, inclusive com inglês técnico.

Rego Gil se referiu ainda à necessidade de fortalecimento das empresas nacionais, o que está previsto na política anunciada pelo governo. ?A estrutura de capital das empresas brasileiras é frágil. Para competir no mundo global, onde nós estamos falando dessas cifras, você precisa de empresas fortes. O que o Brasil fez em agricultura, em energia, em siderurgia, em aeronáutica, precisa fazer em TI.?

Com informações da Agência Brasil.

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