A cada dia, mais empresas buscam incorporar a inteligência artificial (IA) em seus processos para se manterem competitivas e inovadoras. No entanto, apesar do entusiasmo e do potencial transformador da IA, muitas organizações enfrentam dificuldades significativas para implementar essas tecnologias de forma eficaz e alcançar resultados.
Como CRO da Objective e com uma carreira inteira dedicada na transformação de negócios com o uso da tecnologia, vejo que esses desafios, na maioria dos casos, estão atrelados à disponibilidade de dados confiáveis e a processos de negócio bem definidos, assim como à falta de clareza sobre as dificuldades que desejam superar com aquela tecnologia. A jornada do fazer para o ser digital é o primeiro passo para alcançar resultados efetivos com essas novas tecnologias.
O ser digital envolve cultura e governança e portanto, a adoção bem-sucedida da IA começa com um planejamento estratégico claro. É fundamental ter bem definido os objetivos, métricas de sucesso e os recursos necessários. E para isso, deve-se compreender exatamente o que se espera alcançar com a IA, seja melhorar a eficiência operacional, aprimorar o atendimento ao cliente ou desenvolver novos produtos.
Em seguida é importante avaliar os recursos internos, identificando as competências existentes e as lacunas que precisam ser preenchidas. Também é crucial estabelecer um cronograma realista, planejando a implementação em fases, permitindo ajustes conforme necessário.
Além deste processo, muitas empresas falham nesta jornada porque subestimam a complexidade envolvida na integração de tecnologias e com a falta de estrutura de dados e processos consistentes. A IA depende de dados de alta qualidade (precisos, completos e atualizados) para fornecer insights valiosos e confiáveis. Sem uma integração eficaz e governança de dados adequada, as empresas correm o risco de tomar decisões baseadas em informações incorretas ou incompletas.
Os componentes-chave da governança de dados incluem implementação de processos rigorosos para garantir segurança, protegendo-os contra acessos não autorizados e garantindo a conformidade com regulamentos como a LGPD, e a gestão do ciclo de vidas, mantendo um controle eficiente sobre a coleta, armazenamento, uso e descarte dos dados.
Do ponto de vista cultural, os colaboradores e, inclusive a alta gestão, devem estar preparados e alinhados com as novas estratégias e ferramentas. Uma boa estratégia para começar essa mudança de mindset inclui educação e capacitação, oferecendo treinamento contínuo para que os funcionários compreendam os conceitos e a importância da IA e saibam como aplicá-los em suas funções.
Além disso, é essencial ter uma liderança engajada, onde os líderes da empresa devem ser os principais promotores da adoção de IA, demonstrando seu valor e incentivando a experimentação e inovação. O foco na colaboração também é crucial, promovendo um ambiente de colaboração entre equipes de TI e as áreas de negócios para garantir que a implementação de IA esteja alinhada com as necessidades da organização. Sem esquecer da equipe de segurança, que deve ser envolvida e também treinada para gerenciar os riscos e educar os colaboradores.
Outro aspecto crucial é a infraestrutura tecnológica. A implementação de IA requer uma base tecnológica robusta e escalável, capaz de lidar com grandes volumes de dados e processos complexos de análise. Os elementos essenciais da infraestrutura incluem plataformas de nuvem que ofereçam flexibilidade e escalabilidade para suportar aplicações de IA; ferramentas de análise e Machine Learning, adotando ferramentas avançadas que facilitem o desenvolvimento, a implementação e a gestão de modelos de IA; e integração de sistemas, garantindo que os novos sistemas de IA possam se integrar perfeitamente com as plataformas e processos existentes.
Além dos fatores internos, a escolha de um fornecedor especializado pode ser um diferencial decisivo na implementação bem-sucedida de IA. Empresas que contam com essa expertise conseguem acelerar a adoção de IA e minimizar riscos.
Para quem busca um parceiro nessa jornada, vale considerar alguns pontos: experiência comprovada, avaliando o histórico do fornecedor em projetos semelhantes ao seu; capacidade de personalização, verificando se o fornecedor pode adaptar suas soluções às necessidades específicas da sua empresa; suporte e treinamento, certificando-se de que o fornecedor oferece suporte contínuo e programas de treinamento para a equipe; e parcerias tecnológicas, preferindo fornecedores que tenham parcerias com líderes de tecnologia, garantindo acesso às ferramentas e plataformas mais avançadas.
Portanto, percebemos que a adoção de IA é uma jornada que exige mais do que apenas entusiasmo e investimento financeiro. É necessário um planejamento cuidadoso, uma governança de dados rigorosa, uma cultura organizacional adaptável, uma infraestrutura tecnológica robusta e, frequentemente, a parceria com um fornecedor especializado. Ao abordar esses elementos com seriedade e dedicação, as empresas podem superar os desafios e desbloquear todo o potencial transformador da inteligência artificial e alcançar resultados efetivos com ROI comprovado.
Jorge Sellmer, CRO da Objective.