O diretor de informações estratégicas da Controladoria-Geral da União (CGU), Gilson Libório, destacou a importância da tecnologia da informação e o papel dos especialistas de diversas áreas que, em investigações de grande porte, produzem dados que subsidiam, por exemplo, as atividades das Comissões Parlamentares de Inquérito, como foi o caso conhecido da CPI das Ambulâncias. A declaração foi feita no 1º Fórum Nacional de Polícia Legislativa, aberto nesta segunda-feira, 29.
Como exemplo, Libório citou o uso de software especializados que permitem cruzar informações e identificar padrões "atípicos" em transações financeiras. Este é o caso, diz ele, de contas que, a cada vez que recebem o depósito de um determinado valor, transferem, digamos, 30% desse valor para a conta x e 10% para a conta y. "Esses padrões, que podem ser indícios de irregularidades no âmbito de uma investigação, não seriam constatados em uma análise meramente visual, feita no braço, até porque nessas investigações trabalha-se com uma quantidade de dados realmente muito grande", observa ele.
Esse, aliás, é um dos primeiros passos nas atividades que Gilson coordena: reunir várias bases de dados, de diferentes formatos e características (como, por exemplo, uma base feita em uma planilha de cálculo e outra feita em um processador de textos), e uniformizá-las numa nova base, a partir da qual se possam extrair informações importantes para a investigação em curso. "Para isso, é preciso ter analistas que dominem o assunto investigado, como a legislação específica ou as práticas do setor investigado, para interpretar e filtrar os dados que interessam", ressaltou ele.
O diretor lembrou ainda que para implementar essas análises de dados e, assim, identificar e prevenir desvios de recursos públicos foi criado o Observatório de Despesas Públicas (ODP) da CGU. Com informações da Agência Senado.
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