A Apple está planejando vender US$ 17 bilhões em títulos, valor recorde para este tipo de operação nos Estados Unidos. Investidores ligados ao assunto ouvidos pelo The Wall Street Journal anteciparam que a quantidade de interessados na oferta chega a um valor de US$ 50 bilhões.
Procurada pelo jornal americano, a Apple se negou a revelar a data para a venda. A fabricante manteve, contudo, a meta de distribuir US$ 100 bilhões em dividendos até o fim de 2015, por isso, deve buscar novas maneiras de levantar recursos para a operação. Isso porque, apesar de estar com o caixa recheado, grande parte do dinheiro está nos mercados internacionais nos quais opera. A venda de títulos é a maneira encontrada pela Apple de evitar repatriar o montante e ter de pagar pesados impostos ao governo americano.
Em fevereiro de 2009, o maior valor levantado por uma companhia americana com venda de fundos foi da Roche Holdings, que conseguiu US$ 16,5 bilhões. A segunda maior cifra foi obtida pela AbbVie, em novembro do ano passado, que alcançou US$ 14,7 bilhões, conforme dados da companhia financeira Dealogic.
As fontes ouvidas pelo diário americano afirmaram que executivos da Apple realizaram várias reuniões com grandes investidores na última segunda-feira, 29, para tratar do assunto. Os bancos Goldman Sachs e Deutsche Bank AG devem liderar a oferta. Ainda segundo as fontes, a Apple estaria colocando no mercado três tipos de títulos — com prazos de três, cinco anos e dez anos —, sendo que cada tipo será dividido em dois grupos, um com taxas fixas e outro, variáveis. Eles devem ser classificados com o rating AA+ pela agência de classificação de risco Standard & Poor's e Aa1 pela Moody's, o que evidencia o baixo risco de investimento.
Esta será a segunda vez que a Apple realiza operações dessa natureza. A vez anterior que a fabricante vendeu títulos foi em fevereiro de 1994, todos pagos dez anos depois. À época, a empresa levantou US$ 300 milhões com taxa de retorno de 6,5%.