Estudo sobre empreendedorismo feminino coloca Brasil na 18ª colocação entre os 31 países analisados

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Durante o Dell Women's Entrepreneur Network Summit – sexta edição do evento global para mulheres empreendedoras, realizado nesta semana em Berlim, Alemanha –, a Dell anunciou os resultados do Global Women Entrepreneur Leaders Scorecard (Índice Global de Líderes Empreendedoras), primeiro índice a analisar desafios e oportunidades para empreendedoras em 31 países. O Brasil ocupa a 18ª colocação no ranking, que tem o objetivo de funcionar como uma ferramenta de diagnóstico voltada a apoiar líderes, órgãos legisladores e reguladores a melhorar as condições para que as mulheres empreendedoras prosperem.

Baseado em pesquisas encomendadas pela Dell em 2013 e 2014, o índice deste ano avaliou cinco categorias principais: ambientes de negócio familiares; acesso a recursos; liderança e direitos; oportunidades para o empreendedorismo feminino; e potencial de alto crescimento de empresas pertencentes a mulheres. O novo Scorecard também analisa os fatores-chave comprovados para promover empreendedorismo feminino de alto impacto e estima o número de postos de trabalho que podem ser criados por empresas pertencentes a mulheres, caso elas atinjam o pleno potencial de crescimento.

"O sucesso de empreendedores e de pequenos negócios é crítico para movimentar a economia global e na Dell nós acreditamos que as empreendedoras devem exercer um papel mais importante nos ambientes de negócio e entre as lideranças no futuro", afirma Karen Quintos, Vice-Presidente Sênior e Chief Marketing Officer da Dell. "Nossa rede de mulheres empreendedoras visa garantir que as empresárias tenham acesso à tecnologia, capital e uma rede de contatos para expandir seus negócios. O Scorecard fornece descobertas baseadas em dados que precisamos para ampliar o diálogo da conscientização para a ação, e permitir que as empreendedoras em todo o mundo atinjam seu potencial pleno", acrescenta.

Mais de 70% dos 31 países do estudo – que representam 76% do PIB global – tiveram uma pontuação abaixo de 50%, o que demonstra um crescimento significativo da lacuna  em relação a oportunidades de empreendedorismo para homens e mulheres em todo o mundo.  E embora os Estados Unidos liderem o ranking, como o país que fornece um ambiente de negócios favorável a empreendedoras, o país tem uma pontuação de apenas 71%. Se as mulheres americanas iniciassem negócios orientados para o crescimento no mesmo ritmo que os homens, gerariam cerca de 15 milhões de novos empregos em dois anos.

Como parte da iniciativa da Dell para apoiar o empreendedorismo feminino, a Dell anuncia uma parceira com a Cherie Blair Foundation, voltada a colocar empreendedoras de mercados emergentes em contato com mentores da rede #DWEN para apoiá-las no crescimento de seus negócios.

TabelaPaíses

Destaques do Índice

  • As mulheres precisam de um acesso equitativo aos recursos. Há ainda uma grande disparidade entre os países quando se trata de acesso a recursos fundamentais, como educação, internet, contas bancárias e programas de treinamento para Pequenas e Médias Empresas (PME). A Suécia oferece uma quase paridade em várias categorias, com 87% das mulheres com acesso à internet e perto de 100% com contas bancárias. Em contrapartida, no Paquistão, o país de menor pontuação nessa categoria, apenas 10% das mulheres têm acesso à Internet e apenas 3% usam uma conta bancária.
  • O acesso ao capital e à inovação ainda é um desafio para as mulheres, mesmo em ambientes mais maduros. Em geral, todos os países mais bem classificados proporcionam ambientes de negócios estáveis, com altos níveis de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento, ecossistema de inovação e disponibilidade de capital, combinados com níveis relativamente baixos de regulamentações, corrupção e monopólios de mercado. O país mais bem classificado, os Estados Unidos, obteve a maior pontuação na categoria de ambiente de negócios geral, mas apenas 13% das novas empresas com mulheres em seu time executivo e 3% das empresas pertencentes a mulheres receberam financiamento de capital de risco em 2014.
  • Pontos fortes e fracos específicos diferem de país para país. Os resultados da pesquisa mostram que a Nigéria tem os maiores percentuais de mulheres que sentem que têm as habilidades e reconhecem as oportunidades para iniciar negócios. No entanto, os pontos fracos do ambiente de negócios da Nigéria indicam obstáculos para as empresas crescerem. Por outro lado, o Japão possui um ambiente de negócios estável e forte, mas muito poucas mulheres reconhecem oportunidades ou sentem que têm as habilidades necessárias para iniciar negócios. Na Índia, poucas mulheres possuem oportunidades, e são limitadas pela desigualdade de direitos, pela falta de acesso à educação e à Internet.
  • Os papéis de liderança ainda são dominados por homens. A pesquisa mostra que mulheres CEOs, diretoras seniores e membros do conselho resultam em salários mais altos e melhores condições para as trabalhadoras do sexo feminino, possibilitando uma maior atividade de desenvolvimento de negócios. Apenas quatro países, Brasil, China,Malásia e Nigéria, têm mulheres que ocupam 5% das posições de CEO de empresas de capital aberto, e seis países não têm nenhuma mulher no cargo de CEO. Em apenas três países, Polônia, Rússia e Jamaica, as mulheres representam 35% ou mais da gerência sênior, e a França é o único país com mulheres ocupando 30% das posições em conselhos de empresas.
  • Os governos desempenham um papel importante. Os contratos públicos representam mais de 30 – 40% do PIB nos países em desenvolvimento e 10 – 15% do PIB nos países desenvolvidos. No entanto, globalmente, apenas cerca de 1% dos contratos de fornecimento públicos são concedidos a empresas de propriedade de mulheres. Dos 31 países do Scorecard, os EUA e a África do Sul são os dois únicos países que promovem ativamente o crescimento orientado às empreendedoras, por meio de políticas de contratos públicos de gênero. E a coleta de dados de gênero pelo governo é fundamental para mudança de a referência. Quatro dos países, EUA, Suécia, França e Alemanha, realizam um censo anual de negócios de gênero e o México rastreia dados de gênero para todos os programas de empreendedorismo financiados pelo governo. O Chile é o único país a fazer as duas coisas.
  • As diferenças de gênero são um obstáculo para as empreendedoras. Em todos os 31 países, as mulheres são menos propensas a conhecer empreendedores. Isso significa que as mulheres não têm modelos visíveis e conexões com a comunidade empresarial que impactem a sua tendência para iniciar um negócio. Em 68% dos países, as mulheres veem, significativamente, menos oportunidade de começar um negócio do que um homem, mas em quase todos os países, elas acreditam que têm as mesmas competências para fazê-lo.

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