Finalmente o WhatsApp terá um concorrente a sua altura para comunicação empresa-consumidor?

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A expectativa com a chegada do suporte às mensagens RCS nos celulares da Apple só cresce no mercado de mensageria e telecomunicação – e, mais recentemente, para muito além dessas indústrias. Isso porque o anúncio da bigtech de Copertino fez com que se abrisse ainda mais possibilidades para as comunicações P2P e A2P.

Explico: o RCS é um protocolo de mensagens disponível nativamente em dispositivos com sistema operacional Android. Ele foi projetado para aprimorar os SMS, incorporando inúmeros recursos multimídia (como botões predefinidos, carrosséis, cartões, remetentes verificados de marca, envio de arquivos e vídeos, etc) e permitindo muito mais caracteres para escrever a mensagem.

Um dos grandes diferenciais do RCS é que ele é nativo dos sistemas Android – ou seja, não exige que o usuário faça o download de nenhum aplicativo para receber uma comunicação. Mas o problema é que ele só está disponível em celulares com este sistema operacional, o que deixava todo o marketshare dos iPhones de fora.

Só que esta restrição já está com os dias contados

É esperado que com o lançamento do iOS 18, em setembro de 2024, a Apple também comece a suportar este tipo de mensagem tanto em uma modalidade de pessoa-para-pessoa (P2P) quanto de empresa-para-pessoa (A2P). E isso pode causar um verdadeiro rebuliço na forma como nos comunicamos.

Primeiro, porque os usuários de ambos os sistemas operacionais poderão ter este tipo de mensagem mais presentes no seu dia a dia, interligando os sistemas e reduzindo possíveis estranhamentos – o que para um "novo canal" é algo importantíssimo.

Em segundo lugar, porque as marcas começam a ter um público ainda mais amplo com a disponibilidade de receber um conteúdo personalizado, multimídia e infinitamente mais engajador do que um SMS – e de forma nativa.

E esse era um mercado que o WhatsApp nadava a braços largos – e sozinho até então.

A soberania do WhatsApp está ameaçada?

Penso que ainda é um pouco prematuro falarmos em ameaça à popularidade e onipresença do WhatsApp no Brasil. Alguns números que mostram isso: 1) 99% dos brasileiros têm este aplicativo instalado em seus smartphones (Opinion Box). 2) 95% das empresas no país usam o WhatsApp como meio de comunicação (International Data Corporation) e 3) Os brasileiros passam, em média, 24 horas por mês no app (relatório Digital 2024).

Com certeza, brigar com números como estes não será algo nem um pouco simples para a Google (desenvolvedora do RCS). Mas também está longe de ser uma batalha perdida.

Segundo o nosso Relatório de Tendências de Mensageria, o tráfego de RCS enviados na plataforma da Infobip em 2023 no Brasil foi 126% maior do que no ano anterior. Esse crescimento chegou a impressionantes 684% globalmente.

Além disso, muitas organizações podem ver vantagem em uma solução que possui um preço mais previsível porque não é impactada com a flutuação do dólar.

No entanto, é fundamental ponderar aqui que o WhatsApp continua sendo uma plataforma de comunicação muito mais robusta. Seja por suas infinitas integrações com contact centers, CRMs e ERP, sua solução de pagamento nativo (WhatsApp Payments), diversas funcionalidades de automação e todo o ecossistema da Meta (Instagram e Facebook) integrados e trabalhando em conjunto.

Por isso, talvez o mais inteligente seja não escolher um ou outro. Mas testar qual faz mais sentido para cada tipo de comunicação, cada perfil de usuário e para cada momento da jornada de compra. A junção desses dois canais (e até usar um como sistema de redundância do outro) é o grande pulo do gato, na minha opinião.

Acredito que, no fim das contas, quem ganha com essa nova batalha no mundo da mensageria são os consumidores. Afinal, eles poderão escolher por qual canal querem conduzir seu atendimento, poderão receber mensagens personalizadas e cada vez mais adequadas às suas necessidades e terão ainda mais recursos disponíveis para fazerem toda a sua jornada de forma ainda mais conveniente e fluída.

Agora, só nos resta esperar para ver como as marcas vão aproveitar mais este canal para criarem relacionamentos duradouros com seus clientes.

Caio Borges, country manager da Infobip.

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