Em meio às estações chuvosas, os profissionais de TI enfrentam um desafio silencioso, porém, impactante: a batalha contra as intempéries que ameaçam a infraestrutura e os dados das empresas. Frequentemente, nos encontramos tão imersos nas demandas diárias que ignoramos os riscos associados aos períodos chuvosos, colocando em xeque a resiliência tecnológica e a continuidade operacional das organizações.
O líder de TI, muitas vezes, é o guardião invisível, enfrentando não apenas a complexidade dos sistemas, mas também as adversidades climáticas que podem se transformar em verdadeiros pesadelos. É crucial refletir sobre o tipo de liderança exercido nesses momentos: reativa, aguardando que os problemas se manifestem, ou proativa, tomando medidas preventivas antes que a tempestade desabe.
A resiliência tecnológica emerge como uma prioridade em tempos chuvosos. A vulnerabilidade da infraestrutura de TI frente à falta de energia e aos danos causados por raios pode comprometer a integridade dos sistemas. É aqui que se revela a importância de compreender as nuances entre os tipos de infraestrutura, destacando a robustez das soluções públicas, sustentadas por investimentos constantes e camadas múltiplas de garantia e continuidade.
Para enfrentar esse cenário desafiador, é necessário também adotar estratégias de backup e recuperação de dados mais eficazes. A revisão constante dessas estratégias garante que informações críticas estejam resguardadas e prontamente disponíveis em momentos de falhas inesperadas.
Além disso, a proteção contra surtos e raios torna-se imperativa. Investir em sistemas de proteção elétrica e considerar fontes de energia alternativas, como geradores, são ações que podem assegurar a continuidade das operações, mesmo durante apagões prolongados.
A manutenção preventiva da infraestrutura física é um pilar crucial para enfrentar as chuvas intensas, que parecem se tornar mais frequentes a cada ano. A revisão das condições dos locais onde os equipamentos estão instalados, distantes de perigos, como enchentes e infiltrações, é vital para preservar a integridade dos ativos tecnológicos.
Para embasar nossa preocupação, é essencial considerar dados concretos que evidenciem os impactos das condições climáticas. De acordo com um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios, em 2023, aproximadamente 5,8 milhões de brasileiros foram diretamente afetados por eventos climáticos, que envolvem chuvas intensas e secas, revelando a magnitude dos desafios enfrentados pela população.
Além disso, no mesmo ano, o Brasil registrou prejuízos econômicos significativos decorrentes de tempestades e longos períodos de estiagem, totalizando mais de R$ 50,5 bilhões, conforme dados também fornecidos pela Confederação Nacional dos Municípios. Esses números destacam não apenas a magnitude dos eventos climáticos, mas também a relevância de uma abordagem proativa por parte dos líderes de TI para mitigar possíveis impactos em suas operações durante os tempos chuvosos.
Ao considerar essas questões, torna-se evidente a necessidade de escolher cuidadosamente fornecedores e avaliar minuciosamente os equipamentos utilizados. A aquisição baseada exclusivamente em critérios de custo pode resultar em prejuízos substanciais no longo prazo. Assim, é vital adotar uma perspectiva de investimento que vá além do imediatismo financeiro. Optar por parceiros e empresas comprometidos com a sustentabilidade a longo prazo é uma estratégia inteligente, especialmente considerando as complexas e dispendiosas mudanças que envolvem questões climáticas.
Ao escolher fornecedores que buscam não apenas fornecer soluções, mas que também se empenham em melhorias contínuas e atualizações, as organizações se posicionam para enfrentar os desafios climáticos de maneira mais eficaz. Estamos diante de mudanças difíceis e impactantes, tanto financeira quanto temporalmente, e contar com parceiros que compartilham uma visão de longo prazo pode ser a chave para a durabilidade e eficiência das operações tecnológicas. A constante evolução não apenas em termos de equipamentos, mas também de processos, deve ser um critério primordial na seleção de parceiros, garantindo que as soluções adquiridas estejam sempre alinhadas com as demandas do ambiente empresarial em constante transformação.
O futuro da tecnologia é moldado pelas decisões do presente, e a prevenção é a chave para manter a eficiência mesmo nos períodos mais desafiadores.
Rennan Sanchez, CTO na Skyone.