A A10 Networks lançou uma nova oferta da solução CG-NAT, que consegue maximizar o número de acessos IPv4. Agora, é possível adquirir a solução como um software, podendo ser implementada em servidores de parceiros da empresa. A medida é uma forma de ajudar provedores a terem mais opções, visto que a crise na cadeia de semicondutores ainda dificulta a aquisição de hardware.
A CG-NAT é uma solução que permite aumentar o número de acessos IPv4 a partir do uso de IPs inválidos, conforme explica Ivan Marzariolli, country manager da A10 Networks no Brasil. "Basicamente, o produto consegue traduzir IP inválido para válido", diz. Ela já estava disponível em hardware próprio da A10, mas agora é possível adquirir no mercado através de empresas parceiras, como a Atos e a L8 Networks.
A solução não é algo novo no mercado de telecom, mas diferente do NAT tradicional, que traz prejuízos para as aplicações (ao diminuir sua performance), o CG-NAT consegue entender melhor o mecanismo e manter a rastreabilidade dos usuários. Com isso, provedores de Internet (ISP) conseguem ter um número maior de assinantes com a quantidade limitada de IPs disponíveis.
Isso é importante porque há um esgotamento do número de IPv4 disponíveis e os ISPs demandam cada vez mais endereços, já que estão em expansão e seus clientes também aumentam o número de dispositivos conectados. "Praticamente todos os IPv4 estão em uso. Nossa solução permite ao provedor entregar IPs inválidos para que os dispositivos de seus usuários possam se conectar a Internet, já que o CG-NAT consegue fazer uma tradução para IP válido quando a solicitação de acesso chega na rede do ISP", explica o executivo.
IPv6 não é a solução no momento
Segundo Marzariolli, durante muito tempo, se teve uma ideia de que o IPv6 seria a solução, já que não existe números IPv4 o suficiente para endereçar todos os dispositivos que precisam estar conectados à Internet. "Mas, infelizmente, ainda há um problema tecnológico e cultural para a migração para o IPv6, pois existe conteúdo disponibilizado que não está disponível em IPv6", conta.
Ainda de acordo com o executivo, o desafio do provedor é o investimento na migração para o IPv6. Como muitos provedores já estão com seus clientes há bastante tempo, com sua infraestrutura otimizada para o IPv4, só de implementar o IPv6 vai demandar mais processamento e um investimento que nem sempre estão dispostos a fazer.
Além disso, há um problema técnico que vai além da capacidade dos ISPs. Marzariolli diz que as próprias aplicações também são problemas, porque muitas não estão adequadas para o acesso via IPv6. "Há games na Xbox Live e PSN (PlayStation Network) que não funcionam em IPv6 e até bancos nacionais que não tem o site em IPv6. Se o usuário tiver somente o acesso IPv6, ele não consegue acessar esses conteúdos. O provedor iria acabar tendo que entregar os dois tipos de acesso", explica.
Ele lembra que há soluções que fazem a tradução entre IPv6 para IPv4, permitindo que o conteúdo seja entregue para o usuário. Mas aí dependem de mais um investimento que os provedores precisariam fazer.