Antecipada por este noticiário na terça-feira, 31 de maio, a compra dos ativos da Equifax no Brasil pela Boa Vista Serviços, empresa de informações de crédito da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), deve resultar num fluxo de investimento direto da Equifax Inc., controladora da empresa, neste ano. Em comunicado enviado à Bolsa de Nova York, onde as ações da companhia são listadas, ela se comprometeu a investir até US$ 100 milhões para apoiar o desenvolvimento de novos produtos e projetos de expansão da Boa Vista. Entre os projetos, a companhia na descarta a realização, no médio prazo, de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). "Ainda não temos data [para um IPO], mas sabemos que existe demanda no mercado por esse setor", disse Luiz Francisco Viana, presidente da TMG Capital, empresa responsável pela condução das negociações e uma das acionistas da companhia. "Vai depender das condições de mercado."
Conforme os termos do acordo, a companhia norte-americana terá uma fatia de 15% no capital da Boa Vista, cujo valor de mercado com a fusão das operações é avaliado entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões. A ACSP continua como acionista majoritário, com cerca de 60% do total, e a TMG fica com 21%, e os demais investidores – Associação Comercial do Paraná, Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro e Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre – terão cerca de 4% cada um. De acordo com o presidente da Equifax International, Paulino Barros, a empresa tem interesse em aumentar a participação na Boa Vista nos próximos anos.
A fusão das empresas não deve resultar na demissão de funcionários, de acordo com o presidente-executivo da Boa Vista, Dorival Dourado. Nas entrelinhas, no entanto, ele admite que pode haver "alguma otimização de operações". A operação combinada, segundo ele, totaliza cerca de 900 empregados e a previsão de receita para este ano é de R$ 500 milhões.
- Capital