Após perder ação para o Google, Oracle volta ao tribunal, desta vez como ré em processo aberto pela HP

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Uma semana depois de perder a disputa judicial com o Google, o qual acusa de ter usado partes da linguagem de programação Java para desenvolver o sistema operacional para dispositivos móveis Android, em um processo avaliado em US$ 9,3 bilhões, a Oracle está de volta aos tribunais. Desta vez, como ré em uma ação judicial movida pela HP, que pede US$ 3 bilhões de indenização, sob alegação de que a fabricante de software prejudicou as vendas de servidores da companhia.

A queda-de-braço entre Oracle e HP, na verdade, remonta ao ano de 2010, quando a fabricante de banco de dados ofereceu emprego a Mark Hurd, ex-presidente-executivo da HP que renunciou em meio a um escândalo de suposto assédio sexual. A expectativa é que o júri do Tribunal Superior da Califórnia, em San Jose, deve durar várias semanas.

Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira, 1°, os advogados que representam a HP disseram que há evidências de que a Oracle "violou uma obrigação contratual clara com a HP e agiu de má-fé, com a intenção de prejudicar as vendas de servidores baseados no Itanium, chip para processamento pesado de dados, quando anunciou que iria deixar de desenvolver novas versões de seu banco de dados para sistemas baseados no chip, dizendo que a Intel havia deixado claro que ele estava no final de seu ciclo e indicou a intenção de eliminá-lo.

"A Oracle tem de ser responsabilizada por suas ações, pois causou bilhões de dólares em danos à HP e incerteza significativa aos nossos clientes", disse HP Enterprise, que passou a ser a querelante, em comunicado, segundo o USA Today.

Os advogados da HP argumentam que o Itanium era uma tecnologia em evolução, altamente rentável, que foi ganhando participação de mercado quando a Oracle decidiu abandoná-lo. A HP alega que as vendas de sua divisão Business Critical Systems diminuíram significativamente depois que a Oracle rejeitou o Itanium.

A fabricante afirma ainda que passou de parceira de negócios para a condição de nemesis (deusa da vingança), ou seja, alvo de retaliações, depois que a Oracle adquiriu a então rival da HP Sun Microsystems em 2010, por US$ 5,3 bilhões. A HP processou a Oracle em junho de 2011, classificando a decisão da Oracle uma tentativa de minar Itanium e orientar os clientes corporativos a plataforma da Sun.

A animosidade se aprofundou, dizem os advogados da HPE, quando a Oracle contratou Hurd como copresidente, logo após sua expulsão por o conselho da HP no final de 2010. A HP processou a Oracle, alegando que Hurd detinha informações privilegiadas. As empresas chegaram a um acordo várias semanas mais tarde.

A Oracle, por sua vez, emitiu um comunicado no qual diz que a HP está buscando "uma quantidade surpreendente danos… mesmo em face de provas abundantes de que os mercados de chips RISC e Itanium já tinham entrado em um declínio de forma amplamente reconhecida".

A fabricante de software argumenta que, em 2010 e 2011, "a Intel foi se afastando e deixando de investir em seu chip [Itanium], que a HP usava em servidores caros, high-end, dando preferência a seu chip muito mais popular e menor baseado arquitetura x86 [chips Xeon], que foram crescendo e se tornando cada vez mais poderosos".

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