O jornalista norte-americano Glenn Greenwald, colunista do jornal inglês The Guardian que revelou o esquema de espionagem do governo americano com base em informações divulgadas pelo ex-técnico da CIA e da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, Edward Snowden, revelou nesta terça-feira, 6, que a espionagem feita no Brasil envolve cerca de 70 mil pessoas e que para espionar cidadãos americanos "é necessário pedir autorização judicial, mas, para outros países e pessoas, não".
Greenwald afirmou durante audiência pública conjunta da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, e da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, que empresas de telefonia e internet fornecem, sem questionamento, qualquer informação, inclusive de dados de usuários, solicitadas pela NSA, citando entre elas o Google, Microsoft e a Apple.
O jornalista ressaltou ainda que não há controle sobre os funcionários que fazem a espionagem, tampouco sobre o que eles podem fazer com as informações sensíveis a que têm acesso, afirmando que os Estados Unidos não utilizam essas informações só para se proteger do terrorismo, mas também para obter vantagens comerciais e industriais.
No início de junho, o The Guardian divulgou que a NSA e o FBI têm acesso livre a central de servidores de nove companhias de internet americanas, entre elas Microsoft, Yahoo, Facebook, Skype, YouTube, Apple, PalTalk, AOL, além do Google, incluindo participação no programa de espionagem ultrassecreto do governo, denominado Prism. Após as denúncias, as empresas negaram participação direta no fornecimento de dados, alegando fornecer apenas mediante ordens judiciais e pedindo mais transparência sobre o caso.
No Brasil, a notícia estourou quase um mês depois, quando o governo brasileiro solicitou ao governo norte-americano, por meio da Embaixada do Brasil em Washington, esclarecimentos sobre a denúncia de espionagem eletrônica e telefônica de cidadãos brasileiros. Desde então, ocorrem diversos debates sobre privacidade de usuário e como o programa de vigilância norte-americano atinge os cidadãos do país. Com informações da Agência Câmara.