A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou na última quinta-feira, 19, emenda que limita o poder da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), cujo polêmico programa de vigilância eletrônica passou a ser bombardeado por todos os lados, inclusive internamente, após as revelações do ex-colaborador da NSA, Edward Snowden.
A emenda exige que o governo obtenha autorização para coletar informações sobre cidadãos americanos e também acaba com o financiamento para a instalação de backdoors em equipamentos de rede (portas dos fundos, em tradução livre, dispositivos que executam comandos não autorizados em servidores, switches e roteadores).
"A aprovação da emenda é um passo significativo no sentido de resolver a questão sobre o controle da espionagem da NSA e ajuda a restaurar a confiança na internet e produtos americanos", disse David Segal, diretor-executivo da Demand Progress, em um comunicado de imprensa. Organização não governamental, a entidade defende mudanças nas políticas públicas, envolvendo liberdades civis, direitos civis e reformas governamentais.
A reputação das grandes empresas do setor tecnológico foi colocada em dúvida depois que foi relevado que entregavam informação de seus usuários sem seu consentimento à NSA e que alguns produtos de tecnologia, como roteadores, são usados para a espionagem em larga escala.
Documentos da NSA, que descrevem as interceptações, foram publicados em trechos de um livro escrito por Glenn Greenwald, repórter do jornal The Guardian. Um documento distribuído junto com o livro mostra uma fotografia de equipamentos da Cisco em uma instalação da NSA, não revelada, sendo abertos para instalar as backdoors.
A revelação levou, inclusive, o CEO da Cisco John Chambers a enviar carta ao presidente dos EUA Barack Obama na qual se queixava da NSA, com base nos relatos de que o órgão de inteligência intercepta hardware de rede fabricado nos EUA destinado clientes estrangeiros para instalar componentes de backdoors.
De acordo com o texto aprovado, que ainda deve ser analisado pelo Senado nas próximas semanas, a NSA também não pode forçar as operadoras americanas a fornecer integralmente os metadados — datas, duração, número — de chamadas telefônicas feitas em suas redes nos EUA. Com informações de agências de notícias internacionais.
