O aumento da qualidade de conexão e a capacidade de criar e distribuir vídeos na Internet transformam o modo como a mídia é consumida e as formas de comunicação entre marcas e pessoas. Um levantamento da comScore, datado de setembro de 2015, mostra que as marcas que utilizam vídeos online apresentam de 20 a 40% de crescimento nas vendas. Ainda, o levantamento traz que na América Latina há mais pessoas assistindo a vídeos on demand do que a TV aberta – sendo 81% versus 70%, respectivamente.
Essas e outras pesquisas apontam essa nova forma de interação com o público que, por conta dos novos hábitos de consumo e nova rotina, tem aderido e criado expectativas em relação a essa modalidade de mídia. Por isso, provedores de conteúdo, instituições de ensino à distância e empresas de outros segmentos precisam cada vez mais garantir que o seu conteúdo seja entregue sem falhas, com rapidez e sem interrupções na reprodução.
Outras tendências e comportamentos, como 85% dos usuários do Facebook assistirem vídeos sem áudio – quantidade considerável uma vez que a rede social registra diariamente mais de 8 bilhões de reproduções de conteúdo do tipo – devem ser observadas pelas empresas para que ofereçam cada vez mais uma melhor experiência aos seus clientes.
Que fatores interferem na qualidade dos vídeos?
Quando um usuário não tem uma boa experiência no consumo de um vídeo online, o impacto está relacionado diretamente ao não retorno dele ao site. Estudos mostram que apenas 8% dos usuários voltaram ao site após terem tido uma experiência de vídeo que falhou, contra 11% que retornariam se a experiência tivesse ausência de erro. Ainda, afirmam que a chance de um usuário voltar ao site no mesmo dia se não houver falhas na execução do vídeo é 37% maior.
Em relação a isso, devemos considerar os diversos fatores que interferem na qualidade da reprodução de um vídeo, tais como: qualidade do conteúdo (imagens), bitrate (taxa que mede a quantidade de informação contida num determinado tempo em Kbps) e a performance na execução. Assim, indicadores de bom desempenho estão ligados à diminuição da taxa de abandono, pois melhoram o engajamento do usuário e aumentam o retorno da audiência. Para o sucesso de um negócio baseado em vídeo online é preciso buscar soluções que garantam esse desempenho e qualidade na experiência. Algumas soluções chave são:
- Rede altamente distribuída: duas causas geralmente relacionadas a uma performance baixa de reprodução do vídeo são o congestionamento de rede e a latência entre o usuário final e o servidor de origem, fatores que sofrem interferência conforme a distância e o número de redes que o arquivo tem que percorrer. Uma rede altamente distribuída, com servidores ligados entre si e difundidos globalmente, minimiza o tempo de entrega de conteúdo, levando as informações num ponto mais próximo do usuário final. Assim, é possível fornecer uma melhor qualidade de vídeo e bitrates maiores.
- Adaptive Bitrate Streaming: esta tecnologia permite que o vídeo seja entregue em várias qualidades com bitrates diferentes, adaptando a qualidade do conteúdo às condições da conexão do usuário final. Se a qualidade estiver boa o vídeo sempre será entregue com um bitrate maior, mas quando a qualidade da conexão cai, o bitrate automaticamente é reduzido, evitando experiências como rebuffer ou até mesmo interrupção da transmissão.
- Media Analytics: tão importante quanto a infraestrutura de entrega de vídeo é a capacidade e habilidade de analisar as métricas de performance. Uma boa ferramenta de analytics permite o monitoramento da entrega do conteúdo, sendo uma importante ferramenta de marketing e estratégia de negócios. A partir das métricas coletadas é possível entender porque os usuários estão abandonando o vídeo (por um problema técnico ou conteúdo desinteressante, por exemplo). Ainda, é possível avaliar se o conteúdo está adequado aos devices que estão carregando o conteúdo para consumo.
Para medir os resultados e tornar as ações de melhora na qualidade dos vídeos ainda mais eficientes, as empresas aplicam métricas. As mais frequentemente consideradas nesse cenário são: taxa de retenção, assinantes, engajamento, tempo de carregamento, taxa de abandono e rebuffer.
Concluindo, como os vídeos online têm sido a mídia mais consumida entre os usuários, a qualidade do conteúdo e a experiência devem ser cuidadosamente consideradas pelas marcas, com objetivo de conquistar seus clientes e, consequentemente, obter retorno em vendas.
Flávio Mizukawa, especialista em streaming e media analytics na Exceda.