Verizon expõe desafios de construir sua rede triple play

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Quando se fala em empresas de telecomunicações oferecendo serviços triple play pela suas redes, especialmente televisão, o exemplo mais inovador talvez seja o da operadora Verizon.

Não pelo volume de assinantes, que é muito menor ainda do que o de operadoras asiáticas ou européias que já estão no negócio de TV há mais tempo, como PCCW, France Telecom ou Telefónica.

É que o modelo da Verizon, ao contrário das demais, não é de IPTV por redes DSL. O que a Verizon está fazendo, e isso é inovador, é construir uma rede óptica FTTP (Fiber to the Premises, ou fibra até a porta da casa ou de um prédio) combinada com uma rede interna em cabos coaxiais.

Segundo explicou George Hughes, diretor de FTTP da operadora, este foi o modelo adotado, e não o modelo de vídeo sobre redes DSL, porque foi a melhor forma que a Verizon encontrou de se diferenciar dos serviços das empresas de TV a cabo.

"Não queríamos ser apenas uma outra alternativa para o usuário. A oferta de TV que temos que entregar é diferente em muitos sentidos, e a rede não pode ser limitada, como seria sobre DSL. Além disso, tivemos que pensar na demanda por vários canais em alta definição e em um crescente uso da rede de dados".

Ele explica que a Verizon ainda não fechou um número que permita colocar em perspectiva o custo da rede FTTP por domicílio instalado, mas explica que é um projeto que vai retorno no longo prazo.

Até aqui, há 6 milhões de domicílios que podem ter o serviço de TV via rede de fibras. Segundo o diretor da Verizon, a estratégia da empresa prioriza a instalação em condomínios e em áreas densas em números de domicílios.

Hughes apontou algumas das principais dificuldades enfrentadas pela operadora. Na parte de rede, ele aponta especial dificuldade de manter os níveis de qualidade da rede e de testar esses níveis e gerenciar a banda para diferentes serviços.

Outro problema da Verizon foi a sincronização entre a plataforma FTTP e os softswitches, a integração das diferentes plataformas de VoIP, a construção de uma rede preparada para a entrega de sinais de vídeo com qualidade, a construção de uma plataforma de vídeo-on-demand e IPTV e o gerenciamento desta plataforma.

Todos estes foram desafios novos para a Verizon do ponto de vista da rede. Na parte de provisionamento, o maior problema foi conseguir atender de ponta a ponta um pedido de contratação de um serviço triple play, fazer isso rapidamente e atendendo às complexidades das redes domésticas.

Mas o maior desafio foi conseguir tratar a oferta de triple play não como a oferta de três produtos, mas de "um produto" convergente, diz Hughes. A Verizon conta que precisou unificar os centros de operação, desenvolver plataformas de TI novas para integrar o novo serviço aos serviços já prestados. Na parte de gerenciamento, o mais difícil foi treinar internamente a equipe e entender a complexidade dos serviços.

Por fim, na experiência da Verizon o maior ponto crítico no quesito gerenciamento, e também o ponto que ela considera mais valioso para a oferta de triple play, é a questão do tráfego, já que o comportamento do usuário que tenha serviços de dados, voz e TV é particularmente difícil de ser previsto. Por outro lado, super-dimensionar a rede cria custos brutais e desnecessários.

George Hughes falou durante o Globalcomm 2006, evento da indústria de telecomunicações dos EUA que acontece esta semana em Chicago. Foi a primeira vez que, em público, a Verizon apresentou alguns dos problemas enfrentados com a instalação de sua rede de fibras para triple play

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