Menos de 12 horas após a notícia de que a Dell estaria em fase avançada de negociações com a EMC para fundir suas operações e criar uma grande companhia com presença global, surgem agora rumores de que a fabricante de PCs está buscando levantar US$ 40 bilhões junto a grandes bancos para financiar o negócio, já que ela assumirá participação majoritária na fusão. A informação foi dada em primeira mão pela Bloomberg, mas outras agências de notícias, sites e jornais também dão a mesma versão, citando fontes com conhecimento do assunto.
Segundo as mesmas fontes, as empresas podem chegar a um acordo dentro de uma semana, embora ressaltem que as negociações ainda estão em andamento e o negócio pode até mesmo não se concretizar. A primeira razão que põe em risco a transação são os valores envolvidos. A EMC, mais conhecida por seus produtos de armazenamento para data centers, tem valor de mercado de US$ 52 bilhões. Ela também detém 80% da VMware, fornecedora de sistemas de virtualização e software de computação em nuvem, cujo valor é de US$ 34 bilhões. Outro obstáculo que pode frustrar o negócio é que a Dell ainda carrega uma dívida de US$ 11,7 bilhões, de acordo com a consultoria financeira FactSet.
Isso, sem falar também que se trata de uma operação complexa. Pelas características das empresas, especula-se que a Dell fecharia o capital da EMC, tendo de adquirir as ações por meio de uma oferta pública de cancelamento de registro de companhia aberta, ao mesmo tempo em que manteria a VMware com seus papéis negociados em bolsa. É que a Dell fechou seu capital em 2013, numa operação avaliada em US$ 25 bilhões. Inclusive, especula-se que a fabricante de PCs já estaria preparando uma oferta de cerca de US$ 27 por ação da EMC.
A verdade é que a EMC tem enfretado tempos difíceis. É que hoje grande parte dos servidores de storage está baseada no Hadoop, uma plataforma open source que roda em cima do servidor Apache em distribuições Linux, o que tem impactado fortemente fornecedores de sistemas de armazenamento e processamento de dados como a EMC, uma vez que elimina a necessidade de o cliente comprar software e hardware, na maioria das vezes caros, dessas empresas.
Não é à toa que a EMC iniciou no ano passado uma reorganização estratégica para explorar várias opções. Entre as medidas está um corte de US$ 850 milhões em despesas, o que levou os funcionários a desconfiarem que haverá demissões em massa. Além disso, o CEO Joe Tucci havia programado sua aposentaria para fevereiro deste ano, mas teve que adiantar seu plano. Ele não faz segredo de que está em busca de um substituto, e muitos veem a fusão com a Dell como uma solução para esse problema. Com informações de agências de notícias e sites internacionais.