Carros que voam e robôs se popularizando como parte da família ainda destoam um pouco do nosso cotidiano, mas já são realidade no mundo científico. Quem conheceu, nos anos 80, o famoso desenho animado "The Jetsons" sonhou em ter uma rotina completamente automatizada, onde as máquinas realizam maior parte das tarefas profissionais, de lazer e proporcionam conforto quase que exagerado.
Pois foi esse o cenário que pude vislumbrar ao participar do Mobile World Congress 2017, que ocorreu de 27 de fevereiro a 2 de março, em Barcelona. O evento, mais relevante do setor de Telecomunicações no mundo, reuniu as principais empresas da Ásia, África, Europa e das Américas. Mais de 100 mil pessoas puderam experimentar uma realidade paralela, que se desenvolve no ambiente empresarial para chegarem, em breve, ao consumidor final.
Ao longo de 10 pavilhões, inclusive com a presença de algumas empresas brasileiras que participaram com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), os congressistas tiveram experiências já imagináveis, mas vistas sob o ponto prático, real.
Empresas do mundo todo lançaram produtos e inovações, durante o evento. Tivemos os tradicionais, como os smartphones. Sem dúvidas, os celulares multifuncionais continuam na vanguarda, é um mercado muito grande e aparentemente inesgotável, inclusive com o surgimento de novos fabricantes destes equipamentos. Sempre haverá algo a acrescentar nesse aparelho tão útil e indispensável nas vidas das pessoas.
A Indústria automobilística mostrou seus carros conectados, autônomos. Sabemos, por exemplo, que o Uber deverá adotar modelos parecidos, pelo menos, é o que se especula. Conhecer como isso funciona e ver a tecnologia em prática nos mostra que essa ideia está mais próxima do que imaginamos.
Nesses quatro dias, visualizei muitas novidades de realidade virtual. São óculos, softwares para entretenimento, pesquisa e educação que já estão sendo comercializados. Apesar de toda a evolução que tivemos nestes últimos anos no setor tecnológico, são inovações assim que tornam mais palpável a compreensão da sociedade civil e do governo sobre o impacto da TI no cotidiano das pessoas.
Experimentei também tecnologias na área de segurança, como reconhecimento por biometria, pela digital, pela íris, pela face. Existem vários softwares novos nesse ramo, o que é muito positivo, pois gera concorrência, competitividade no mercado e, consequentemente, mais acesso pelo público.
Softwares de gestão de telecomunicações, Inteligência Artificial, ChatBots e Internet das Coisas que continua a ser grande tendência. Parece ser a verdadeira menina dos olhos do setor nessa Era. Muitos sensores de gás, umidade, luminosidade, pressão, temperatura, presença, abrir e fechar, todos eles capacitados com conectividade. Já temos a interação de máquina para máquina e de pessoas para máquinas de forma muito mais pessoal e intensa do que a simples organização de processos ou facilitação da vida profissional.
Esse novo cenário fará com que a sensação de controle seja muito maior. As máquinas todas conversando e organizando melhor a vida das pessoas. A tecnologia já é capaz de nos proporcionar certos mimos que, em pouco tempo, se tornarão indispensáveis tamanha é a comodidade. A próxima expectativa é pelo lançamento da tecnologia de comunicação móvel 5G que vai trazer novos horizontes sob diversos aspectos da Comunicação, devido à sua baixíssima latência, teremos comando em tempo real, numa rede de telefonia móvel.
O desenvolvimento tecnológico na área de TI e Telecomunicação está avançando rapidamente. São novos produtos e serviços que são lançados a cada minuto. A Era dos Jetsons foi criada há tempos com uma perspectiva de exagero, mas completamente imbuída de previsões. Todos sabíamos que esse tempo iria chegar. Na minha visão, já estamos no cenário da incrível robozinha Rosie, do computador que interage com respostas aos nossos questionamentos. Somos parte do mundo futurístico. Só precisamos perceber essa evolução e encontrar as melhores formas de utilizá-la em prol do bem comum.
Ricardo Caldas, presidente do Sindicato das Indústrias da Informação do DF.