Os serviços de telefonia foram os que receberam o maior número de queixas de consumidores em Procons do país. Dados do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), que centraliza estatísticas de reclamações feitas em todo o Brasil, mostram que o setor é o primeiro no ranking das reclamações há anos.
Em entrevista à Agência Brasil, Juliana Pereira, coordenadora-chefe do Sindec, órgão vinculado ao Ministério da Justiça, afirmou que os fabricantes de telefones e as operadoras de cartão de crédito vêm logo atrás.
De acordo com o Procon-SP, só na capital paulista foram registradas 3.268 queixas contra operadoras de telefonia fixa entre janeiro e junho deste ano. Já contra fabricantes de telefone foram 1.902 e contra operadoras de cartão, 1.704. O atendimento, disse Juliana, é o principal motivo de queixa contra as operadoras de telefonia. Segundo ela, o problema é tão grave que um decreto presidencial foi publicado em julho fixando normas para o melhor tratamento dos clientes usam os serviços de atendimento ao consumidor (SACs) ou call centers.
Procurada pela reportagem, a Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado (Abrafix) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a telefonia fixa só lidera o ranking de queixas em número absolutos. Proporcionalmente, o número de queixas contra o setor não ultrapassa 1% do número de seus clientes – percentual menor do que o apresentado por outros segmentos.
A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que representa os fabricantes de aparelhos telefônicos, informou, em nota, que "tem acompanhado as manifestações dos consumidores nos Procons de todo país e orientado suas associadas para que aprimorem as ações de atendimento para reduzir os problemas que os telefones possam apresentar".
Já a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) não retornou até a veiculação desta notícia.