O cenário pós-pandemia ainda é meio obscuro. Isso se intensifica ainda mais cada vez que vemos algum país considerando retomar o lockdown, como tem ocorrido. Mas algo que eu tenho percebido nesses movimentos é a tendência geral das organizações de aderirem à automação dos processos. Não só pela necessidade de manter o distanciamento social, mas pelo novo perfil do cliente que busca mais autonomia na tomada de decisão em sua jornada de compra e de contato com as marcas.
Minha percepção é que a organização interessada em se adequar a esse novo momento precisará garantir que esse processo de contato com o cliente seja permeado por produtos ou serviços inovadores e de qualidade, além de oferecer agilidade e eficiência nas interações e na missão de agregar valor à vida e rotina dessas pessoas. Tudo com o mínimo de interação humana, seja nos canais digitais, no drive-thru ou nos estabelecimentos físicos, com soluções tecnológicas que sejam altamente capazes de entender a demanda do cliente, inclusive, identificando sotaques da fala, como já existe.
Mas não é só isso. O ideal é que essa automação também esteja presente da porta para dentro do negócio, com gestão e controle de processos, da equipe, da operação, da informação, do tempo médio de atendimento e de tudo o for relacionado à performance de vendas e a insights que possam auxiliar no aumento desses indicadores comerciais tão importantes para o negócio, seja de um estabelecimento individual ou de uma rede.
Na escolha dessa solução de tecnologia minha recomendação é tentar optar por alguma que seja, se possível, adaptável aos sistemas já existentes na companhia para otimizar os investimentos. É fundamental que a solução escolhida ofereça aos líderes de negócio informações estruturadas por meio de dashboards intuitivos, com visualização, cruzamento e filtro de dados para extrair as melhores ideias para o dia a dia da empresa
Diante da pandemia, os restaurantes foram um dos primeiros estabelecimentos a aderirem à automação em troca da sobrevivência em um cenário com distanciamento físico dos clientes, que resultou em vendas – prioritariamente – por deliverys e drive-thru. Foi uma ruptura muito brusca. Era preciso, não só otimizar a operação, como atrair e reter o cliente por meio de um atendimento rápido, eficiente e confiável
O cenário exigiu das foodtechs um nível muito alto de criatividade e inovação, fazendo o mercado explodir. Hoje, o Brasil conta com, pelo menos, 470 delas, divididas em 23 categorias diferentes, de acordo com dados da plataforma Startup Scanner, que, graças a uma parceria entre a aceleradora Liga Ventures e a PwC Brasil, mapeia as startups existentes no País.
Cada uma com o seu propósito, seu diferencial e sua forma contribuir para o desenvolvimento do setor. Mas com uma missão em comum: dar apoio aos estabelecimentos de alimentação diante dos desafios atuais e daqueles desconhecidos que estão por vir e – acreditem – virão. Afinal, automatizar o negócio não é mais um diferencial, mas sim uma questão de sobrevivência.
Alexandre Paoleschi, CEO e fundador da Ever Eleven.