A cultura da inovação é uma constante na pauta dos empreendedores do setor tecnológico. Existem vários programas de incentivo a inovação por meio de incubadoras, aceleradoras, bancos de desenvolvimento, fundações de apoio e de incentivos fiscais.
Sabe-se que a inovação, a pesquisa & desenvolvimento são de extrema relevância para a competitividade e o futuro das empresas. Com este olhar a ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software) sempre está trabalhando para demonstrar as necessidades do setor junto a estes órgãos de fomento e também trazendo programas para o desenvolvimento das empresas.
No framework de desenvolvimento econômico baseado no conhecimento desenvolvido em minha tese de doutorado, demonstro que a partir do conhecimento é possível criar produtos e serviços e a importância do fomento para gerar inovação, pois a mesma só se dá quando chega ao mercado, contribuindo para a competitividade das empresas e gerando desenvolvimento econômico baseado no conhecimento.
A inovação gera competitividade no mercado nacional e internacional, cria novos mercados e gera novas formas de consumo. O fomento à inovação é um dos caminhos fundamentais para o Brasil voltar a crescer. Segundo o economista Joseph Schumpeter, o empreendedor inovador precisa ser fomentado, pois é ele quem abre novos mercados e novas formas de consumo e o governo precisa assumir parte do risco, pois a inovação gera desenvolvimento econômico e na maioria das vezes cria novos postos de trabalho.
Bancos e agências de desenvolvimento podem fomentar a inovação com financiamentos e taxas mais atrativas, melhorando as formas de garantias e sendo mais flexíveis e compatíveis com a era do conhecimento. Ainda hoje, os bancos continuam com a mentalidade da era industrial no que diz respeito às garantias, o que impede o acesso de empresas de menor porte ao financiamento. Hoje, existem poucas linhas de fomento para MPME (micro, pequenas e médias empresas), sendo que elas já representam mais de 90% das companhias brasileiras.
O País necessita estar em alerta para a transformação que estamos vivendo quanto a forma de consumo, as quais estão mudando de forma muito rápida e o mercado brasileiro precisa estar atento a este movimento. Países que estão atentos a este tema investem de 2,3% a 4,2% do seu PIB como forma de serem cada vez mais competitivos e ganharem espaço mundial – o Brasil por sua vez, investe menos de 1% do seu PIB em pesquisa e desenvolvimento. Quando aumentar estes investimentos, teremos um país mais próspero e mais competitivo na esfera mundial.
A inovação ajuda a promover novos modelos de negócios, novos serviços e melhora os processos para tornar mais fácil a vida das pessoas. E, acima de tudo, faz com que esses progressos cheguem a quem precisa. Entendendo as dificuldades que os empresários têm para conhecer o que está disponível no mercado quanto ao acesso ao crédito, a ABES disponibiliza, de forma gratuita, o Guia de Fomento à Inovação para o Setor de TIC , um documento que reúne informações sobre os principais mecanismos e programas de financiamento ou de incentivos fiscais do país (afinal, inovação também requer investimento). O guia demonstra aos empresários inovadores o que há disponível no mercado, de acordo com os tipos de recursos e público-alvo, já considerando os itens financiáveis de cada linha de fomento.
Aplicar a cultura da inovação é uma constante na pauta dos empreendedores. Ainda assim, muitos nem sabem por onde começar, ou então têm a crença de que para agir com inovação é preciso fazer algo extraordinário. É preciso mudar essa mentalidade, já que inovar é algo possível, acessível e factível. Seguindo o seu propósito de promover um Brasil mais digital e menos desigual, a ABES também disponibiliza o Programa Internship , cujo propósito é contribuir e fomentar as empresas inovadoras por meio de acesso aos produtos e serviços.
Jamile Sabatini Marques, diretora de Inovação e Fomento da ABES.