Embora continue exibindo cifras exuberantes, o balanço do Google referente ao primeiro trimestre deste ano decepcionou um pouco o mercado, já que a receita ficou cerca de US$ 100 milhões abaixo das expectativas, enquanto o lucro por ação ficou US$ 0,12 abaixo do esperado — o lucro por ação foi de US$ 6,27, enquanto os analistas previam US$ 6,39.
A receita na realidade teve crescimento de 19%, contabilizando US$ 15,42 bilhões, contra US$ 12,95 bilhões registrados em igual período do ano passado, mas os analistas estimavam US$ 15,52 bilhões. Já o lucro líquido totalizou US$ 3,45 bilhões no primeiro trimestre, cifra 2,8% maior que os US$ 3,34 bilhões obtidos no mesmo período do ano anterior.
Os sites próprios do Google responderam por US$ 10,47 bilhões da receita total no trimestre, ou 68%, enquanto os sites parceiros geraram receita de US$ 3,40 bilhões, ou 22% da receita total. Já as receitas internacionais — obtidas fora dos Estados Unidos — totalizaram US$ 8,76 bilhões.
Os analistas apontam dois fatores como preponderantes para a receita ter ficado abaixo do esperado no primeiro trimestre. Um deles é a migração dos usuários de internet para dispositivos móveis, o que faz com que o Google ganhe menos com anúncios online. O outro fator é o verdadeiro frenesi de compra de empresas que têm pouco a ver com seu negócio principal — que é busca na internet e publicidade.
Os resultados não agradaram os investidores. As ações da companhia no after-hours trading, negociação após o fechamento da Nasdaq, registravam queda de 2,61%, às 18h52 (horário de Brasília), cotadas a US$ 542. Wall Street, que havia valorizado os papéis do Google em até US$ 20 por ação antes da apresentação dos números, rapidamente recusou. Logo após a divulgação do balanço o preço da ação caiu US$ 27, para US$ 530.
Em termos absolutos, no entanto, o Google foi muito bem. Tanto que a projeção da empresa para este ano é aumentar a sua receita com anúncios online em mais de US$ 5 bilhões, o que é mais do que o total das receitas publicitárias do Yahoo e Microsoft, juntas. A única ameaça vem do Facebook, cujas receitas com anúncios online, previstas pela eMarketer, devem saltar 50% neste ano. Mesmo assim, elas ainda representarão cerca de um quarto da receita do Google. O site de buscas ficou com 32% dos gastos com publicidade online no ano passado, segundo a consultoria.