O promotor público K. Surender que representa o governo indiano no processo aberto contra a Satyam Computer Services, empresa indiana de terceirização de serviços de TI, por fraude contábil no valor de US$ 1 bilhão, disse nesta quarta-feira, 17, estar confiante em relação ao julgamento do caso marcado para a próxima terça-feira, 23. Ele afirma dispor de provas sólidas de que o fundador da empresa Ramalinga Raju foi o principal responsável pela falsificação de balanços.
Segundo o promotor, o veredito deve sair uma semana depois. Se condenado, Raju pode pegar até 14 anos de prisão.
O escândalo ganhou dimensão depois que Raju escreveu uma carta ao órgão regulador do mercado de capitais do país, o Securities and Exchange Board da Índia (Sebi), admitindo ter inflado os resultados da empresa durante anos.
O caso, que veio à tona em janeiro de 2009, vem sendo investigado pelo Birô Central de Investigação da India (CBI, na sigla em inglês), o qual deve apresentar mais de 3 mil documentos durante julgamento no Tribunal Penal Metropolitano, em Hyderabad, como provas contra executivos da Satyam por falsificação dos livros contábeis, informa Surender ao The Wall Street Journal. "Temos confiança nas provas do caso em sua totalidade", disse.
A CBI diz ter provas de que Raju estava ciente da fraude desde 2003. O órgão regulador acusa o empresário de ter inflado artificialmente os lucros da Satyam e, com isso, obtido ganhos ilícitos na negociação de ações e obtenção de empréstimos.
Procurado pelo jornal americano para falar sobre o assunto, o advogado de Raju se recusou a comentar.
O Sebi também moveu processos contra o empresário e outros executivos. Em julho deste ano, o órgão regulador os condenou para violarem as regras do mercado de capitais e ordenou-lhes que pagar mais de US$ 300 milhões de multas.
A fraude abalou a imagem da indústria de outsourcing da Índia. A Satyam foi adquirida pela Tech Mahindra em 2009.