Governo revoga MP do sacoleiro para tentar aprovar CPMF

0

Numa estratégia para tentar destrancar a pauta no plenário da Câmara dos Deputados, o governo decidiu nesta terça-feira (18/9) revogar a medida provisória 380, conhecida como MP do sacoleiro, uma das quatro medidas que vem trancando as votações. A MP cria o Regime Unificado de Tributação (RUT) para a importação de mercadorias do Paraguai por via terrestre, com alíquota de 42,25%.

A medida, segundo analistas, visa não atrapalhar a aprovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e da DRU (Desvinculação das Receitas da União), consideradas cruciais para o governo.

O presidente da Abinee, Humberto Barbato, considerou muito importante a decisão do governo de revogar a MP. ?Fico satisfeito com a revogação pois, pelo que fomos informados, as alterações pelas quais estava passando a MP iriam piorar os seus efeitos sobre a industria de eletroeletrônicos, o que estava nos causando grande apreensão.? Ele se refere ao anúncio do relator da matéria, deputado Giacobo (PR-PR), que pretendia reduzir a alíquota para 25,8%.

Para Barbato, o ideal seria que a revogação fosse definitiva, ?pois a MP 380 representa um enorme prejuízo para a área de tecnologia da informação do Brasil?. ?Se insistirem na reedição, espero que corrijam as falhas que apontamos durante todo o processo de discussão, que envolveu, inclusive, duas audiências públicas na Câmara?. Ele considera, também, que a medida prejudicaria os esforços de fiscalização realizados pela Receita Federal nos últimos anos.

Barbato salienta que a intensificação dos trabalhos da Receita pode ser atestada pelo crescimento dos produtos apreendidos, muitos deles falsificados, e que, inclusive, colocam em risco os cidadãos que os consomem. ?É um paradoxo melhorar consideravelmente o trabalho da Receita naquela fronteira e depois ceder às pressões do Paraguai?, afirma. ?Por outro lado, também nos parece contraditório facilitar, através do RTU, a entrada de importados, quando os mesmos produtos gozam de estímulos para a produção nacional?, finaliza o presidente da Abinee.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.