A Intel anunciou nesta terça-feira, 19, um plano de reestruturação que incluirá a demissão de 12 mil funcionários em todo o mundo, o que representa 11% da sua força de trabalho. A reorganização, segundo a empresa, visa fazer frente à queda nas vendas globais de computadores pessoais, que vêm retraindo ano após ano — até então o maior mercado consumidor dos chips da empresa —, e se adequar à nova era dos dispositivos "inteligentes" conectados e dos data centers para soluções baseadas na nuvem.
As dispensas serão feitas por meio de um programa de desligamento voluntário, aberto a todos os empregados, e do corte de postos de trabalho, com a demissão de funcionários. O objetivo, segundo a empresa, é adequar o número de empregados ao fechamento ou enxugamento das filiais que tem espalhadas pelo mundo.
A Intel estima que o programa de reestruturação resulte em uma economia de US$ 750 milhões já neste ano e uma redução de custos anual de US$ 1,4 bilhão até meados de 2017. A previsão é grande parte das medidas será concluída nos próximos 60 dias.
O anúncio da reestruturação foi feito através de um e-mail enviado aos funcionários pelo CEO da Intel, Brian Krzanich. "Essas medidas visam impulsionar a mudança no longo prazo, para consolidar ainda mais a Intel como líder no mercado de dispositivos de computação inteligentes conectados", disse. "Estou confiante de que vamos emergir como uma empresa mais produtiva com maior alcance e execução mais nítida."
Entre os planos, o CEO diz que a Intel vai aumentar os investimentos em produtos e tecnologias que proporcionarão o crescimento da receita e impulsionarão os negócios móveis e o segmento de PC mais rentáveis. Ainda de acordo com Krzanich, os data centers e o negócio de Internet das Coisas (IoT) são hoje os motores de crescimento primário da Intel, com as memórias e soluções programáveis (FPGA – Field Programmable Gate Array, em português arranjo de portas programável em campo) devendo acelerar as oportunidades de negócios.
Segundo Krzanich, no ano passado, esses negócios geraram US$ 2,2 bilhões em receita para a empresa, e repsonderam por 40% da receita total e de grande parte do lucro operacional, o que compensou o declínio no segmento de PCs. A receita do grupo de data center, por exemplo, cresceu 9%, para US$ 4 bilhões. Já a receita do grupo de Internet das Coisas expandiu 22%, para US$ 651 milhões, enquanto a divisão de soluções programáveis (Altera) a receita foi de US$ 359 milhões. A Intel diz que a unidade teve um crescimento médio de um dígito após a contabilização de US$ 99 milhões em receitas diferidas.