Brasil só perde para EUA em volume de pagamentos eletrônicos, diz Capgemini

0

Em 2010, com um crescimento de 8,9%, as transações com pagamento eletrônico no Brasil atingiram 20 bilhões, contra 13,1 bilhões na Rússia, Índia e China juntas. Com isso, o país se tornou o segundo do mundo com maior número de pagamentos sem envolvimento de dinheiro, atrás apenas dos Estados Unidos.

Em termos globais, os volumes de pagamento eletrônico aumentaram 7,1% em 2010 (para 283 bilhões). A expansão foi mais acelerada nos países em desenvolvimento (16,9%), impulsionada pelo aumento de mais de 30% na Rússia e na China.

Essas informações constam do Relatório Mundial Sobre Meios de Pagamentos, elaborado pela Capgemini em parceria com o Royal Bank of Scotland e a Efma, organização sem fins lucrativos que reúne empresas de serviços financeiros.

O estudo destaca, entre outros aspectos, que o conceito de BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) já não se aplica ao segmento dos meios de pagamento, tendo em vista a posição de destaque global do Brasil.

"O Brasil já pode ser considerado um país maduro em termos de pagamentos eletrônicos, diferentemente de Rússia e China, onde a disseminação dos cartões é mais recente", afirma Paulo Marcelo Lessa Moreira, vice-presidente sênior de financial services da Capgemini no Brasil.

Patrick Desmarès, secretário geral da Efma, também defende que, dadas as grandes diferenças nos estágios de desenvolvimento de cada país do chamado BRIC, eles devem ser avaliados de maneira diferente.

"Isso é importante, principalmente, para o Brasil, onde os volumes agora são maiores do que os de qualquer país europeu", diz.

O forte crescimento do PIB do país e a extensão de redes bancárias são apontados pelos pesquisadores como fatores chave para que o uso dessa modalidade de pagamento no país, por habitante, tenha atingido níveis similares aos de países europeus de mercado maduro (103 operações por habitante em 2010).

Os analistas consideram que o crescimento em 2010 do uso de cartões beneficiou-se de rede construída ainda durante os tempos de hiperinflação no Brasil. Mas avaliam que as transferências de crédito ainda permanecem como os instrumentos de pagamento mais utilizados no país.

Moreira, da Capgemini, assinala que em 2010 apenas 2,1% dos usuários de telefones móveis no mundo usavam o aparelho para pagar seus débitos, especialmente no Japão, onde a "carteira eletrônica" chegou para 35 milhões de pessoas.

"Com mais de um celular por habitante, o Brasil deverá se destacar nesse meio de pagamento", acredita.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.