O primeiro protótipo do sistema de artroendoscopia sem cabos WAD (Wireless Arthroscopic Device), desenvolvido pela Indra, foi utilizado para a realização de uma cirurgia pioneira de joelho no dia 17 de setembro.
O procedimento foi transmitido ao vivo para cerca de 300 universidades e hospitais dos cinco continentes. Essa iniciativa no âmbito da telemedicina foi possível graças ao desenvolvimento tecnológico que a empresa espanhola Droiders realizou sobre o Google Glass por meio de seu sistema Glassters Streamer.
A cirurgia formou médicos e estudantes de medicina de países como México, Brasil, Colômbia, Espanha, EUA, Barein e Argentina em duas técnicas pioneiras.
Uma é o artroscópio sem cabos (WAD), uma solução sem fio que facilita as intervenções artroendoscópicas e se integra com o histórico clínico do paciente.
Outra diz respeito ao implante de leucócitos autólogos no joelho de um paciente, uma técnica que permite curar enfermidades nas articulações e foi desenvolvida com o suporte do artroscópio sem fio.
Esta experiência, nunca realizada antes, permitiu criar um novo conceito, "o centro cirúrgico único e global", no qual foi possível acompanhar por meio do link no Youtube da página da clínica Cemtro e da web do Droiders, de onde foi transmitida em aberto.
Além disso, os cerca de 300 participantes puderam fazer perguntas à equipe médica por meio de chat e dois cirurgiões fizeram intervenções para comentar em tempo real o desenvolvimento da operação.
O desenho da retransmissão incluiu em uma mesma tela diversas imagens do procedimento médico: o campo cirúrgico que se vê a partir das Google Glass, a imagem do dispositivo artroscópico da Indra e a de uma câmera com visão de toda a sala.
A partir do Twitter, os usuários também puderam acompanhar o desenvolvimento da intervenção.
Desde o início de 2011 a Indra trabalha no desenvolvimento do protótipo de sistema de artroendoscopia sem cabos WAD. O dispositivo não precisa estar conectado a uma torre de artroscopia, nem a uma fonte de luz.
Este novo sistema proporciona uma grande quantidade de benefícios e valores adicionais aos sistemas convencionais, já que a ausência de cabos reduz a probabilidade de infecções, o tempo necessário para preparar o centro cirúrgico e a infraestrutura para realização destas intervenções.
Além disso, facilita a total mobilidade do cirurgião enquanto realiza a intervenção e seu custo será muito menor com relação aos sistemas convencionais atuais. Outro importante aporte é que facilita a integração do vídeo e a imagem da intervenção no histórico clínico de saúde do paciente.
Todas estas novidades permitirão o uso desta técnica cirúrgica em novos âmbitos e zonas de recursos escassos: centros de saúde, ambulatórios, zonas rurais, hospitais de campanhas em missões de paz e clínicas veterinárias.