A pandemia demonstrou que não há outra alternativa a não ser acompanhar a evolução digital e mergulhar de vez no mundo vuca. Esse termo surgiu para explicar o ambiente pós-Guerra Fria. E é um acrônimo para Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity (Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade). A partir desses elementos, é necessário entender o momento atual de uma empresa e assim planejar os próximos passos rumo ao futuro.
Esse vem sendo amplamente utilizado no desenvolvimento das habilidades e competências de liderança nas organizações. A transformação digital é um processo que já tinha iniciado, mas foi acelerado pela pandemia. No entanto, é preciso ter alguns cuidados para conseguir transformar sem comprometer o resultado. Algumas apostam única e exclusivamente no investimento em tecnologia desenvolvendo novas plataformas, migrando para o cloud, adotam novas ferramentas, etc.
Essas empresas acabam por verificar que os resultados são complexos e difíceis de alcançar porque a tecnologia é um viabilizador, um acelerador da transformação digital. Resumindo, é um meio e não um fim. Nos últimos anos, muitos recursos tecnológicos surgiram para auxiliar na implementação dessa transformação digital e as organizações têm que lidar com novos desafios relacionados às inovações tecnológicas, novas formas de organização e negócios.
Uma das principais dificuldades é a tradicional cultura de fugir do risco da imprevisibilidade. Trata-se aqui de um tema complexo, porque as organizações são feitas de previsibilidade. Mas é essencial estar adaptado ao mundo vuca. Para alçar novos voos, é necessário se apropriar das metodologias ágeis, pois são elas que ajudam a gerenciar ciclos mais curtos e permitem maior flexibilidade e aumento da capacidade de resposta às novas necessidades.
Aqui destaco um detalhe. Método por método é apenas um novo modo de executar e pode não funcionar, não trazer o resultado esperado ou ser um caminho doloroso para alcançar esse resultado. É necessário que a empresa adote um novo mindset e fomente uma cultura de business agility em toda organização.
Outro ponto importante refere-se aos que concentram essa transformação digital e inovação dentro de um departamento, de uma área específica, tornando-a responsável por toda a transformação digital da empresa. Pode e deve ser criada uma área para isso, mas ela deve incentivar a transformação e todos dentro da organização têm que ser responsáveis por criar e implantar. Todos devem colaborar com as ideias e modos de executá-la.
A transformação digital passa por colocar o ser humano no centro das atenções. Isso significa que a experiência do consumidor e do usuário passa a ser o carro-chefe do desenvolvimento de qualquer produto ou serviço. Por isso, a necessidade de fomentar uma nova cultura e tornar a organização mais flexível para responder às necessidades. E isso se aplica também internamente onde as organizações precisam priorizar e engajar os seus colaboradores para que o resultado e o crescimento sejam mais sustentáveis.
Carlos Baptista, especialista em transformação digital e processos ágeis para as empresas. Professor e Coordenador do núcleo de seleção de alunos do MBA da FIAP. É empresário, consultor de negócios e mentor. Possui mais de 30 anos de experiência em TI no Brasil e Portugal.
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