O contrato de outsourcing global fechado pelo ABN Amro Bank com cinco fornecedores deverá gerar uma economia para banco de 288 milhões de euros em 2008. A estimativa é do CIO internacional do banco holandês, Lars Gustavsson, que deu uma palestra sobre ?Global Outsourcing?, nesta quinta-feira, em São Paulo, durante o Ciab 2006.
Avaliado em 1,8 bilhão de euros (o equivalente a US$ 2,2 bilhões), o contrato de terceirização, assinado em setembro de 2005, tem duração de cinco anos e envolve cinco empresas IBM, Accenture e as três indianas TATA, Infosys e Patni Computer Systems.
A gestão é feita pela Big Blue, que assumiu toda a parte de infra-estrutura de TI do banco. ?Temos contratos separados com todos os fornecedores, mas a guardiã do projeto é a IBM, que cuida de toda integração e gerencia a entrega dos serviços?, afirma Gustavsson. O desenvolvimento de aplicações é feito pelos demais parceiros e, segundo o executivo, a integração também é controlada pela IBM.
A transferência da infra-estrutura de TI do banco para IBM começou em novembro do ano passado e já atingiu 15 paises, incluindo o Brasil, os quais respondem por 80% do processamento das transações da instituição. O Amro Bank opera em 63 países e, como algumas são muito pequenas, a instituição ainda não definiu como será a migração dos seus departamentos de tecnologia.
Modelo do contrato
A decisão do ABN Amro Bank de terceirizar os serviços de TI foi tomada em 2003. ?Tínhamos várias redes espalhadas pelo mundo, queríamos colocar tudo numa mesma estrutura e começamos a estudar o modelo. A análise durou um ano e optamos pelo offhore direto?, lembra o CIO internacional.
A instituição fez uma concorrência, levando muito em consideração a sinergia entre os fornecedores, e o fuso horário dos países em que estavam para dar cobertura aos serviços de help desk. Uma das exigências do banco era que os parceiros assumissem parte do risco do projeto,
Dez empresas ficaram na fase final e cinco foram selecionados não como fornecedores de soluções, mas como parceiros de negócio, frisa Gustavsson, afirmando que os prestadores de serviços têm o comprometimento de gerar resultados para o banco. Ele reforça que projeto outsourcing global adotado pelo ABN tem sim o objetivo de reduzir custos, mas que esse não é o item mais importante do contrato.
?Estabelecemos metas de performance e responsabilidades dos parceiros com o banco?, afirma o executivo, que considera que o outsourcing é como um casamento, que as pessoas se unem com objetivo de ter um relacionamento duradouro. Ele espera que a aliança não dure apenas cinco anos. ?O ideal é que não haja mudanças de parceiros.?
Ainda é cedo para medir resultado do projeto, mas o CIO do Amro Bank afirma que a terceirização vai ajudar o banco a entregar serviços com mais sofisticação e mais rapidamente para seus clientes. Por atenderem outros bancos e terem know-how do segmento financeiro, os parceiros conseguem produzir aplicações com mais velocidade.
Operação no Brasil
O processo de denvolvimento de aplicações no Brasil será diferente do adotado em outros países, que vão importar soluções das três fornecedoras Indianas. Gustavsson destaca que a Índia produz com qualidade, mas que o Brasil tem grande conhecimento em aplicações financeiras e que a demanda local será atendida pela subsidiária da TATA.
O ABN Amro Bank do Brasil conta com 1,5 mil profissionais de TI, sendo que 800 atuam na área de desenvolvimento. Uma parcela de 60% do time de produção será transferida para a TATA. A IBM já assumiu 570 da parte de infra-estrutura.