Modelo padrão de medidores inteligentes é o que falta para alavancar esse mercado de US$ 36 bilhões

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As vantagens de implementar uma rede de energia inteligente ( também conhecida como smart grid) no Brasil são inúmeras: desde economizar energia a até aprimorar a segurança e a qualidade da rede de distribuição. O Brasil tem uma alta incidência de furto de eletricidade, e os clientes pagantes acabam tendo que subsidiar essa energia roubada. O sistema de medidores inteligentes é uma maneira eficaz de se lidar com esses problemas: esses equipamentos irão eliminar a leitura manual de medidores, diminuindo assim erros de leitura e a violência contra os funcionários da empresa fornecedora, permitindo um controle maior sobre como a eletricidade está sendo gasta. Ao mesmo tempo que essa simples e brilhante solução aprimorará a qualidade da energia entregue, ela também permitirá que o cliente saiba se seu vizinho rouba sua energia – ou se as empresas distribuidoras estão cobrando um preço justo.

A Northeast Group, uma empresa de Washington especializada no mercado de medidores inteligentes, publicou recentemente um estudo focado nas oportunidades desse setor em mercados emergentes. De acordo com este estudo, investimentos com medidores inteligentes no Brasil serão de 36.6 bilhões de dólares até 2022. O mesmo estudo indicou que as vendas de medidores inteligentes na América Latina irá gerar 24 bilhões de dólares até 2020. Vendas já estão particularmente agressivas no Brasil, onde se antecipara que 63.5 milhões de unidades serão usadas até o fim da década.

Mesmo que a indústria e o mercado de medidores inteligentes se mostrem otimistas sobre as oportunidades neste segmento, ainda existe um grande obstáculo que precisa ser superado: o país, junto com outros governos da América Latina, precisa escolher definitivamente um modelo padrão de medidor inteligente. Todos os grandes investimentos irão continuar em espera até que essa decisão seja tomada. Essa medida é importante não somente por promover melhores práticas mas especialmente para permitir que autoridades e organizações privadas tenham as ferramentas para implementar boas políticas, optimizar instalações e sistemas e aprimorar a eficiência energética.

A padronização e gerenciamento da energia podem contribuir para um processo continuo de aprimoração do setor energético. Modelos em relação aos sistemas de gerenciamento de energia, serviços eficientes de energia, terminologia, referências para o uso de energia, auditorias, eficiência energética e cálculos para corte de gastos são importantes para tornar possível a implementação de um sistema de rede inteligente.

O Brasil já experimenta em grande escala com vários utilitários em um conceito de ‘cidade inteligente’ que utiliza um grande número de aplicações de redes de energia inteligentes, como distribuição renovável de geração e network sofisticada em áreas residenciais. O grupo português EDP, junto com os módulos Telit GE865, permitiram que Aparecida fosse a primeira ‘cidade inteligente’ brasileira, e é uma boa experiência para se avaliar as necessidades e os modelos que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) irá escolher.

Lá foram instalados 15,3 mil medidores inteligentes que transmitem em tempo real todas as informações de cada consumidor. A partir do monitoramento online, a distribuidora detecta qualquer interrupção de energia em determinada área, e pode restabelecer o fornecimento de luz sem deslocar equipes de emergência. Além disso, a lâmpadas da cidade são em LED, o que economisa energia, e há planos para instalação de pontos de recarga para carros elétricos. Realmente, Aparecida aponta para o futuro do Brasil, onde todas as cidades terão essas inovações.

Grandes eventos, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, e o crescimento contínuo da economia irão empurrar as necessidades elétricas do Brasil ao limite. Redes inteligentes serão essenciais para solucionar varias demandas e necessidades que possam surgir no futuro. O setor privado está esperando ansiosamente por uma decisão que está agora nas mãos do governo brasileiro.

Emmanuel Maçon-Dauxerre,  diretor de Vendas do Segmento de Energia da Telit Wireless Solutions.

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