Nokia proíbe venda de peças da STMicro para dispositivos da HTC

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A Nokia ganhou uma liminar global que proíbe a HTC de utilizar peças feitas pela fabricante suíça de chips STMicroelectronics em seu smartphone carro-chefe de vendas, HTC One. De acordo com o jornal britânico The Guardian, a decisão ocorreu no tribunal distrital de Amsterdã seguindo uma reivindicação da companhia finlandesa que alega ter inventado essas peças, fabricadas exclusivamente para seus aparelhos.

"A Nokia apresentou esta ação depois que descobriu esses componentes no HTC One", disse a Nokia em comunicado divulgado pelo jornal. "Em seus materiais de marketing, a HTC alega que seu microfone HDR é uma característica fundamental para o HTC One. Mas é uma tecnologia Nokia HAAC, desenvolvida exclusivamente para uso em produtos da Nokia."

A empresa diz ainda que a STMicro concordou com a exclusividade das peças, e por isso terá que pagar à Nokia 50 mil euros para cada microfone vendido para outros fabricantes, podendo chegar ao valor máximo de 1 milhão de euros. A finlandesa, contudo, declarou que está considerando soluções alternativas. A liminar deve durar cerca de um ano e impede que a STMicro venda as peças à fabricante taiwanesa. "A HTC não tem licença ou autorização da Nokia para usar esses microfones ou nossas tecnologias desenvolvidas pela STMicro", continua a Nokia em comunicado.

A liminar dificulta a atuação da HTC no mercado de mobilidade, que já se viu obrigada a atrasar o lançamento do HTC One em diversos países por conta de problemas com peças de câmera. "A HTC está decepcionada com a decisão. Estamos consultando a STMicro e decidiremos se é necessário para explorar soluções alternativas no momento oportuno", disse a taiwanesa em nota. "Entretanto, não esperamos que esta decisão tenha qualquer impacto imediato em nossas vendas de celulares."

A Nokia tem apostado em um comportamento agressivo quanto à propriedade intelectual no espaço móvel, movendo ações contra diversas rivais. Apenas neste ano, a companhia prevê embolsar 500 milhões de euros em licenças e litígios. Um exemplo disso é o caso dos 11 processos que a finlandesa abriu no ano passado por quebra de 45 patentes contra empresas de tecnologia e telecomunicações, incluindo ações contra a HTC, a  fabricante de telas para dispositivos móveis Viewsonic e a antiga Research in Motion, agora BlackBerry. 

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