O Governo federal brasileiro não aproveita os recursos de interação do Twitter para dialogar com a população ou com os demais líderes da América Latina, segundo o Twiplomacy, estudo anual da Burson-Marsteller que analisa a presença e a atividade de líderes globais no microblog.
De acordo com o estudo, todos os países da América do Sul, exceto Suriname, têm uma presença no Twitter. A maioria dos presidentes têm contas pessoais no microblog e comunicam-se entre si com frequência. Uma exceção é a presidenta do Brasil, Dilma Roussef.
Segundo o relatório, embora popular entre seus pares, Dilma Roussef mantém sua conta inativa desde que foi eleita, no fim de 2010.
A líder brasileira é apresentada como "exemplo perfeito de como os líderes mundiais descobrem o Twitter durante a campanha eleitoral e,em seguida, abandonam seus seguidores, uma vez eleitos."
Por outro lado, o Itamaraty é citado como exemplo do uso eficiente do Twitter pelas instituições públicas. O perfil é o mais conectado entre os ministérios das relações exteriores dos países América Latina, tem mais de 80.000 seguidores e publica conteúdo de interesse com frequência, além de compartilhar conteúdo em outros formatos, como fotos e posts no blog oficial.
Os resultados do estudo apontam que o Twitter se consolidou como uma ferramenta de integração política global e de relações diplomáticas, mas que o Brasil está perdendo uma excelente oportunidade de ampliar o diálogo com a população e seus parceiros internacionais.
"O Twitter é uma plataforma ágil e direta, utilizada utilizada ativamente por 19,2 milhões de brasileiros. As empresas já descobriram o poder e o alcance da ferramenta. Líderes em todo o mundo a utilizam para diálogo com cidadãos e contato com seus pares em outros países. É uma oportunidade para o governo brasileiro conversar com a população e com parceiros", diz Cely Carmo Giraldes, estrategista digital da Burson-Marsteller para a América Latina.
Entre os líderes latino-americanos presentes no Twitter, Rafael Correa, do Equador, é o que mais interage com seus seguidores. Em torno de 83% de todos os tweets de Correa são respostas a mensagens de outros usuários do Twitter.
O relatório revela, ainda, que a presidenta argentina Cristina Fernández de Kirchner é a mais seguida entre os líderes da América Latina, com mais de 2,1 milhões de seguidores.
Já a conta governamental considerada mais prolífica na região é a que pertence à administração presidencial da Venezuela, com mais de 41 tweets por dia, em média.
Em termos globais, o estudo mostra que 77% dos líderes têm um perfil na rede social e 68% estão conectados com outros chefes de estado e perfis oficiais mundiais.
O "Twiplomacy" analisou 505 perfis de 153 países diferentes. O presidente americano Barack Obama é o líder mais seguido no Twitter, com 33 milhões de seguidores.
Em segundo lugar está Papa Francisco, que é seguido por sete milhões de pessoas em seus nove perfis em idiomas diferentes. Os Tweets do Papa são retuitados, em média, 11.000 vezes, fazendo do pontífice o líder global mais influente da rede social.