O Google intensificou o lobby com autoridades de ao menos três estados norte-americanos para barrar restrições ao uso dos óculos Google Glass — que possibilitam a interação dos usuários com diversos conteúdos em realidade aumentada — ao volante, marcando um dos primeiros conflitos envolvendo uma tecnologia vestível.
De acordo com informações do jornal britânico The Guardian, oito estados americanos — Delaware, Illinois, Missouri, Nova Jersey, Nova York, Virgínia Ocidental e Wyoming — estão considerando regulamentar o uso do Google Glass, preocupados que motoristas, ao utilizarem o aparelho, prestem mais atenção em e-mails, por exemplo, do que na rua, sob risco de causar graves acidentes.
Segundo o diário, os tribunais estão apenas começando a estudar o assunto. No mês passado, em San Diego, por exemplo, a multa de trânsito aplicada a uma mulher por usar o Google Glass ao volante foi desconsiderada por não haver nenhuma prova de que o dispositivo estava sendo operado no momento em que ela dirigia.
Distração na direção
Campanhas contra a condução distraída ganharam força nos Estados Unidos nos últimos anos. Em 2012, mais de 3 mil pessoas morreram devido a acidentes causados pela troca de mensagens de texto ou outras atividades no celular, de acordo com o Distraction.gov, site do governo americano dedicado à questão.
O deputado estadual de Delaware, José Miro, foi um dos patrocinadores principais de um projeto de lei que proibiu mensagens de texto enquanto o motorista dirige, sendo também responsável por introduzir a legislação visando o Google Glass. Até agora, nenhum estado aprovou as restrições ao uso do Google Glass ao volante. "Não sou contra o Google ou o Google Glass. Ele pode ter um lugar na sociedade", disse Miro. "Meu problema é que, enquanto você estiver dirigindo, você não deve ter nada que vai impedir sua concentração", explicou. Até agora, nenhum Estado aprovou as restrições ao uso do Google Glass ao volante.