Os Estados Unidos abriram uma nova linha de combate contra o Estado islâmico (EI) que terá como estratégia uma série de ciberataques contra o grupo terrorista, coordenados por militares do US Cyber Command, segundo o The New York Times. O plano é atacar redes de comunicação de dados que estão sendo utilizadas pelo EI para recrutamento e a realização de operações financeiras.
O plano é usar armas cibernéticas secretas que foram empregadas contra outros países como, por exemplo, o Irã. O US Cyber Command também já realizou inúmeras ações envolvendo a Rússia, China e Coreia do Norte, países que frequentemente originam ciberataques contra os Estados Unidos.
A campanha contra o Estado Islâmico, aliás, será tratada pelo presidente norte-americano, Barack Obama, durante uma conferência em Hanover, Alemanha, nesta segunda-feira, 25, com os líderes da Grã-Bretanha, França, Itália e Alemanha para promover o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio de Investimento (TTIP). Ele também deve abordar o assunto durante encontro que terá com a chanceler alemã Angela Merkel. A ideia é discutir também detalhes do plano com oficiais de vários países.
O objetivo é interromper a capacidade do EI de difundir a sua mensagem, atrair novos adeptos, emitir ordens dos comandantes e operações do dia a dia, como pagar os combatentes. Segundo autoridades norte-americanas, os comandantes do grupo terrorista começaram a perceber que técnicas de hacking sofisticadas estão sendo usadas para manipular seus dados, impedir o recrutamento de potenciais terroristas e controlar as comunicações do grupo.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ash Carter, tem falado publicamente a nova missão, mas apenas em termos gerais. Mas no início deste mês, o vice-secretário de defesa, Robert Work, foi mais enfático ao descrever o plano. "Estamos lançando 'cyberbombas'", disse ele. "Nós nunca tínhamos feito isso antes."
O fato de estar falando sobre o uso de armas cibernéticas representa uma mudança drástica por parte do governo americano. Há quatro anos, seria impensável o governo admitir publicamente que estava desenvolvendo armas cibernéticas ou confirmar ataques a redes de computadores. No caso do Estado Islâmico, as autoridades dizem que foi tomada a decisão de que um pouco da revelação do plano pode ajudar a minar a confiança do inimigo e até mesmo dissuadir algumas ações.
O general Joseph Dunford Jr., chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, forneceu as linhas gerais da nova campanha contra o EI, que também é conhecido como ISIS ou ISIL, durante uma entrevista coletiva em fevereiro. "Estamos tentando tanto física como virtualmente isolar o ISIL, limitar sua capacidade de comandar e controlar, bem como reduzir a sua capacidade de se comunicar uns com os outros e de conduzir operações localmente e taticamente", disse ele.