O Google Cloud Platform, plataforma de computação em nuvem do Google, está ajudando a Natura a acelerar o processo de inovação de produtos. A multinacional brasileira de cosméticos migrou para a nuvem os dados técnicos resultantes de testes laboratoriais que realiza para avaliar a efetividade de ingredientes ativos que compõe uma formulação cosmética.
Assim, desde agosto de 2017, passou a utilizar a escalabilidade e capacidade de armazenamento da plataforma do Google no desenvolvimento de novas tecnologias. Na prática, isso significou um ganho de 30% em tempo de realização de alguns dos testes, reduzindo assim o tempo de desenvolvimento de um novo item do portfólio.
Os testes são importantes para a Natura otimizar os resultados de seus esforços em pesquisa e desenvolvimento em médio e longo prazo. A empresa simula as reações de ingredientes cosméticos em modelos de pele humana reproduzidas em ambiente controlado para medir se um determinado ativo é eficiente para determinado uso.
Além disso, com a ajuda da nuvem, é capaz de predizer por meio de simulação computacional como misturas entre esses ativos em uma formulação podem se comportar em contato com a pele. A companhia não faz testes em animais desde 2006 e tem atuado ativamente no desenvolvimento de metodologias alternativas ao uso de animais.
Atualmente, a Natura conta com 67 metodologias alternativas para avaliar a segurança e eficácia de seus produtos, em parceria com universidades e institutos de pesquisa brasileiros e internacionais.
"O volume de dados gerado pelos testes é muito grande, então a robustez do Google Cloud Platform é fundamental para o sucesso dos experimentos", afirma Daniel Gonzaga, diretor de Inovação de Produtos da Natura. "Além de armazenar informações do ativo cosmético e do modelo de estudo, a nuvem as cruza com agilidade e registra no histórico as evidências geradas, contribuindo até para estudos futuros".
A Google Cloud Platform possibilita ainda à Natura otimizar os testes laboratoriais simulando os protocolos com pequenas variações em larga escala no ambiente virtual. Dessa forma, reduz-se o tempo e custo para a execução dos ensaios em laboratório.
Outra vantagem encontrada foi a possibilidade de pesquisar e correlacionar dados de estudos já realizados no sistema para auxiliar na tomada de decisão quanto à necessidade de novos testes. Tecnicamente, o algoritmo roda no GKE (Google Kubernetes Engine), sistema de orquestração de containers open-source que automatiza a implementação, o dimensionamento e a gestão de aplicações nos repositórios de dados.
"Reduzimos o retrabalho do pesquisador, pois agora temos a confirmação da eficácia do ativo de uma forma rápida e acessível", explica Gonzaga. "Em muitas ocasiões, inclusive, o pesquisador deixará de fazer determinado teste por já saber que não funciona, propondo uma nova metodologia, com mais chances de sucesso".
Um experimento simples demonstra os ganhos em tempo e escala do projeto de testes. O que antes demorava 48 horas para processamento, agora é realizado em apenas 13 horas, uma redução significativa quando são feitos de 200 a 300 processos como este simultaneamente, algo possível pela escala computacional na nuvem.
Na nuvem com o Google
A solução do Google foi escolhida pela Natura após uma prova de conceito, na qual o serviço e capacidade de entrega foram testados. "A plataforma entregou resultados eficientes e o investimento foi menor do que projetamos", afirma o Diretor de Infraestrutura de Tecnologia Digital da Natura, Luiz Mussini. "A escalabilidade e segurança foram atributos relevantes na escolha dessa solução".
A fundação técnica dos data centers explica o alto desempenho da nuvem do Google, conta Antonio Chaddad, gerente de contas do Google Cloud para o Brasil. A plataforma do Google funciona como se fosse uma grande máquina, usando o poder de processamento de todas as máquinas em conjunto.
"Nessa solução, o próprio sistema operacional do computador o separa em várias máquinas, por meio de um virtualizador, permitindo que o Google utilize a mesma quantidade de máquinas para processar mais dados", explica Chaddad.