O Relatório de Investigações de Vazamentos de Dados 2020 (DBIR 2020), da Verizon, mostra que motivações financeiras têm predomínio absoluto entre os ataques na internet, respondendo por cerca de 90% das ocorrências, segundo a pesquisa.
O DBIR 2020 traz dados referentes a 2019. Em função da crise socioeconômica decorrente da pandemia do novo coronavírus, há tendência de que a situação se intensifique neste ano. Na avaliação da Apura Cybersecurity Intelligence – empresa brasileira especializada em segurança cibernética, e única no país a participar dos levantamentos da Verizon – é razoável acreditar que a maioria dos ataques continuem sendo executados por atores externos às organizações vítimas dos ataques.
"Porém, devido à prevalência de home office no período de pandemia, é possível que haja um aumento na ocorrência de vazamentos ou invasões devido a falhas por parte dos agentes internos das empresas, seja no manuseio e controle das senhas, seja na baixa segurança dos equipamentos pessoais ou ainda por vulnerabilidades em aplicativos utilizados na comunicação entre empresa e funcionários", observa o fundador e CEO da Apura, Sandro Süffert.
A Apura também demonstra preocupação com o aumento nos casos de ransomware (software invasor e se apropria de dados e cobra resgate) e a necessidade das empresas se prepararem para evitar o contágio e proteger melhor os dados sob sua tutela, em especial no Brasil, onde a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) está em iminência de entrar em vigor.
América Latina e Brasil
O relatório constatou, em 2019, um total de 32 mil ataques, e em torno de 4 mil invasões virtuais, executadas em 81 países. Na América Latina (em que inclui o Brasil), a proporção de ataques por motivações financeiras é próxima à média mundial: 87%.
Segundo o DBIR, 93% dos ataques identificados em organizações da América Latina foram promovidos por atores externos às organizações que foram vítimas de tais ataques. Isso referenda a importância de governos, empresas e sociedade estabelecerem a proteção cibernética como estratégica para a política, economia e a vida das nações, avalia Sandro Süffert. "Nesse sentido, é preciso investir em desenvolvimento de sistemas de prevenção, detecção e ação diante das ameaças e dos ataques efetivados."
A Apura destaca que os ataques cibernéticos se intensificam e se especializam a cada ano. As ameaças avançadas e persistentes (Advanced Persistent Threat, em inglês) direcionam ataques específicos e de maior complexidade ao seu alvo de interesse. Portanto, é importante que as empresas e governos se protejam com tecnologias de proteção adequadas à sua realidade.
"A questão da língua é outro fator importante no Brasil. Por ser o maior país de língua portuguesa no mundo, ataques de phishing ou SMSishing ocorrem em português para os alvos brasileiros. Portanto, as ferramentas de detecção e proteção, tanto para o ambiente interno quanto para monitoramento em fontes abertas, por exemplo, precisam detectar e/ou proteger contra essas ações", adverte Sandro Süffert.
Principais dados do DBIR 2020
• 32 mil ataques reportados em 2019
• 4 mil invasões executadas
• 81 países monitorados
• 86% dos ataques por motivação financeira
• 67% dos cibergolpes foram originados por roubo de credenciais, ataques via phishing e comprometimento de e-mails comerciais
• 91% dos casos na América do Norte tiveram motivação financeira
• 70% na Europa
• 63% na África e Oriente Médio
• Indústria, varejo, serviços financeiros, seguros, educação, saúde e organizações públicas foram, neste ordem, os setores de atividades mais atingidos
• Em 27% dos casos de ataque por malware foram utilizados ransomwares – malwares que encriptam os dados dos dispositivos infectados, que só são devolvidos mediante pagamentos.
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