Depois dos congressistas americanos exigirem explicações do Google sobre as mudanças que a empresa implementará a partir de 1º março em sua política de privacidade, agora é a vez da agência reguladora de proteção de dados da França, conhecida pela sigla CNIL, questionar as modificações. O órgão afirmou que a nova política de privacidade aparentemente viola as leis da União Europeia, informa o jornal New York Times. As mudanças ocorrerão em cerca de 60 tipos de serviços e produtos e permitirão que o Google tenha acesso a mais informações privadas dos usuários, reduza o controle destes sobre tais dados e ofereça mais informações aos anunciantes.
Assim como fizeram os procuradores gerais dos Estados Unidos esta semana, a CNIL enviou carta ao CEO do Google, Larry Page, na qual diz que a nova política não fornece detalhes satisfatórios sobre como a empresa utilizará os dados privados dos usuários. "Em vez de promover a transparência, os termos da nova política e o fato de afirmar publicamente que irá combinar dados pessoais entre serviços, o Google gera levanta temores sobre suas reais intenções", diz o texto.
Além da carta, o Google recebeu um pedido de Vivian Reding, comissária de Justiça da União Europeia, para que adiasse a adoção da nova política de privacidade. O Google reiterou, porém, que não irá atender ao que foi solicitado. "Estamos confiantes que nossa política de privacidade é simples, clara e transparente, e respeita as leis de proteção de dados da União Europeia e seus princípios", escreveu Peter Fleischer, conselheiro de privacidade global do Google, em resposta à carta da CNIL.
Ainda segundo o site, a agência francesa deve enviar ao Google um questionário completo sobre a nova política de privacidade, até meados de março.