Toda grande crise, seja econômica, social ou sanitária, provoca transformações em diversos mercados. Mantendo a lógica de que todos nós cumprimos os requisitos necessários para a diminuição da pandemia causada pelo Covid-19, podemos entender a troca de hábitos ou novos entrantes no cenário. A rua foi trocada pela casa. Nunca fez tanto sentido as romantizadas histórias de empresas que nasceram na garagem.
Inclusive, essa reinvenção pode ser benéfica para o caixa do seu negócio ou até mesmo para o ganho de renda de pessoas físicas. Uma pesquisa do SEBRAE e da FGV apontou que as empresas digitalizadas foram as que tiveram mais facilidade de honrar as dívidas durante a pandemia. Dos mais de 6 mil entrevistados, 36% disseram ter dívidas em aberto no mês de julho. Nos 30 dias anteriores, eram 40%.
A pesquisa ainda aponta que 3% têm dívidas pagas em dia e 31% não têm dívidas. Dos que não estão em atraso, há características em comum: todos investiram na estratégia digital e em suas casas.
Esse número nos diz muito. Principalmente se trouxermos outra discussão para o jogo: as pessoas físicas, autônomas, que precisam de complemento de renda ou de saída financeira neste momento.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), mostrou que 2.663.309 registros de microempreendedores individuais foram abertos no Brasil, 8,4% a mais do que em 2019, segundo o Mapa das Empresas Ministério da Economia.
Outro ponto que trago, foi o considerável aumento do turismo local. Com a alta do dólar ou euro, os brasileiros optaram, cada vez mais, por passeios em seu próprio estado ou lugares nunca antes imaginados. Com isso, consequentemente, toda a cadeia produtiva dos determinados locais conseguiu se remodelar e se reencontrar. Sabe aquele lugar que não se encontra em agência de viagens, mas somente as pessoas da região conhecem? Esses lugares e pessoas se demonstraram cada vez mais importantes.
Com a abertura do mercado, pós-vacina, teremos fixados novos hábitos, costumes e agentes. O brasileiro tem uma capacidade de se reinventar. Quando tudo isso passar, bastará um smartphone e muita vontade de fazer a diferença na cidade onde vivemos, para empoderar e gerar renda.
Rui Santoro, empreendedor e CEO da Local.