Prelúdio da recuperação

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Trabalhando com empresas no Brasil e na Europa, identificamos várias tendências que surgiram pela crise do COVID-19 no antigo continente. Estas refletem por aqui rapidamente e, a partir desse ponto, é possível inferirmos algumas previsões.

Na última semana a Similarweb disponibilizou para o mercado francês um estudo sobre o comportamento de navegação dos consumidores ao longo deste primeiro semestre atípico, e percebemos que aqui o movimento não é diferente: há um crescimento orgânico de todos os players, uma notável migração do investimento de mídia off para mídia on, além de players de nicho ganhando espaço muito rapidamente.

Neste contexto, elaboramos 3 possíveis previsões para o mercado digital no Brasil:

Globais:

Na Europa o volume de acessos a sites estrangeiros aumentou de forma muito significativa ao longo desse semestre. Na França, por exemplo, a Amazon.com (11,9 mi/mês) tem mais acessos do que a Apple França (9,7 mi/mês), e a E.Leclerc (10,7mi/mês), também francesa. Além dessas empresas, o Ebay.com e a Amazon.it também fazem parte dessa lista. O AliExpress não está na lista pois já se mostrava muito relevante, de acordo com a lista, é o 7º e-commerce mais visitado na França durante a pandemia.

Com mais tempo em casa, os consumidores passam a ganhar confiança e experiência nas compras on-line, e descobriram os benefícios de compras em sites estrangeiros. No Brasil a tendência deve ser mantida para produtos de menor valor agregado, por conta da alta do dólar.

Nossa sugestão é que os varejistas brasileiros passem a observar mais o comportamento dos varejistas estrangeiros, afinal, seus consumidores também estão comprando por lá. Observe estratégia, portfólio, precificação e Landing Pages.

Branded:

O tráfego orgânico, baseado no nome das marcas (Branded) e o tráfego direto – quando o usuário digita diretamente a URL do seu site na barra do navegador – aumentaram expressivamente no período da crise. Como abordamos em nosso último artigo, tal aumento foi o reflexo da necessidade do consumidor continuar comprando nas lojas que costuma frequentar fisicamente, mesmo durante o isolamento.

Este tráfego, que mudou o patamar de acessos de vários sites nos primeiros meses de crise tanto no Brasil quanto na Europa, começa a cair.

O necessário a se fazer neste momento, é separar os indicadores – branded e non-branded – na hora de analisar SEO. No Google Search Console é possível filtrar parte do tráfego de acordo com os termos utilizados. Basta aplicar o nome da marca, e a visão fica completa.

Gargalo e qualidade:

O crescimento repentino do volume de compras e visitas nos e-commerce europeus gerou um problema natural com o qual já estamos acostumados por aqui: gargalo logístico. Diversos clientes nossos estão enfrentando este desafio e, por conta dele, tendem a deixar de investir em mídia, além de reduzir a competitividade das ofertas.

A partir de tais medidas, a precificação torna-se menos agressiva, reduzindo desta forma, o volume de vendas e aumentando a rentabilidade. No Brasil o cenário começa a assimilar-se com tal dinâmica, entretanto potencializado por conta da paralisação da indústria.

O que observamos como tendência é o maior cuidado com a qualidade de tráfego – tanto nos esforços de SEO quanto nos esforços de mídias pagas, estes começam a seguir no sentido da qualidade de tráfego. Em SEO, recomendamos o desenvolvimento com qualidade de itens e departamentos de cauda longa. Ser específico e assertivo aumenta a possibilidade de atrair visitas de maior qualidade, que geram o engajamento necessário neste momento de recuperação.

De forma geral, as tendências observadas já têm reflexo no Brasil e nossas propostas são, em suma:

  1. Considerar a concorrência com sites internacionais,
  2. Separar o tráfego branded do non-branded,
  3. Focar em qualidade e cauda longa em SEO.

João Lee, cofundador da Simplex, start up de tecnologia focada em entregar mais tráfego, vendas e performance. João é especialista em plataformas digitais de Analytics e CRM, atuou, desde 2009, em grandes marcas de varejo, dentre as quais a CNOVA Brasil, na qual foi o responsável pelo desenvolvimento da área de Web Analytics. Lee é graduado pela ESPM-SP em Comunicação Social.

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