Projeto de interatividade com TV digital visa inclusão de população de baixa renda

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Com o objetivo de levar à população de baixa renda informações a respeito de direitos como acesso a serviços públicos ou sobre orientação financeira de forma interativa pelo sistema digital de televisão, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) coordenou o Projeto Brasil 4D. Iniciado em dezembro do ano passado, o programa selecionou cem famílias beneficiárias do Programa Brasil sem Miséria em João Pessoa, na Paraíba, para testarem aplicativos desenvolvidos para interatividade com a televisão digital, usando softwares livres.

Os moradores tiveram acesso diretamente da TV às ofertas de empregos da sua cidade, cursos de capacitação e orientações para obtenção de documentos, além de informações sobre serviços e benefícios do governo federal, como aposentadoria, campanhas de saúde e programas Bolsa Família e Brasil Carinhoso, entre outras. "Foi um trabalho de formiguinha, montamos um projeto inédito e, para tal, tivemos que descobrir toda uma linguagem interativa que fosse acessível para a população", disse o coordenador-geral do projeto e superintendente de suporte da EBC, André Barbosa.

Após a realização dos testes, a conclusão foi que a ambientação com o sistema fez com que as pessoas passassem a otimizar recursos com as informações disponíveis sobre os serviços, como explica a professora da Universidade Católica de Brasília (UCB), Cosette Espindola de Castro, que participou de um estudo para avaliar os impactos do projeto. "Um exemplo foi o caso da oferta de emprego. Com a interatividade, as pessoas recebiam informações atualizadas semanalmente e não saiam de casa desnecessariamente para buscar emprego, e não teriam que gastar dinheiro com transporte e comida."

De acordo com o estudo, 64% das famílias disseram que o uso da interatividade reduziu despesas para conseguir uma informação a respeito de oferta de emprego ou obtenção de documentos. "Trabalhamos com famílias de baixa renda de bairros periféricos e  apenas 6% delas tinham acesso à internet. Ou seja, elas também passaram a ser incluídas social e digitalmente" disse Cosette.

Devido ao impacto positivo, o gerente de Relações Externas para a América Latina e o Caribe do Banco Mundial, Sergio Jellinek, avaliou a experiência do Projeto Brasil 4D e o apontou como uma referência em inclusão digital que deve ser levada a outros países. "Estamos falando de setores que não tinham entrado no século 21. Avaliamos que a experiência pode ser replicada no Brasil e em outros países da América Latina", comentou Jellinek. O projeto foi apresentado nesta sexta-feira, 30, no 4º Fórum Internacional de Mídias Públicas, em Brasília. Com informações da Agência Brasil.

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