Atender aos objetivos sociais exige envolvimento da alta direção das empresas

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No segundo dia do ESG Fórum, promovido pela TI INSIDE nesta terça, 31,  trouxe um dos pilares mais importantes na abordagem da adoção ESG, mostrando os novos comportamentos e ações que as empresas têm de adotar no relacionamento com seus colaboradores e sociedade: o pilar Social.

O tema do primeiro painel  versou  sobre acesso ao mercado de trabalho. Um dos exemplos das formas que o mercado está respondendo ao social, foi a apresentação de Indianara Dias, Head de ESG do Zé Delivery, do grupo Ambev, que mostrou como os programas da companhia, especialmente destinados à cadeia produtiva, incentivam  trabalhadores a atuarem de forma colaborativa dentro do ecossistema da empresa. Ou seja, por meio de seus  colaboradores e parceiros, apoiados por uma plataforma, o  Zé Delivery, realiza a capacitação de  entregadores e outros interessados  através de  cursos com o intuito de integrar as pessoas ao mercado formal de trabalho, dando oportunidades de empregabilidade com foco na educação e atendendo várias áreas como saúde, educação financeira entre outros.  Além de outras iniciativas que compõe este painel da organização como inclusão da comunidade LGBTQIA+, pessoas com deficiência, negros, mulheres e pessoas acima de 50 anos.

Outro exemplo, foi debatido por Izabel Branco, vice-presidente de Relações Humanas da TOTVS, empresa da área de tecnologia nacional que tem na educação e formação de profissionais de tecnologia uma de suas metas básicas.  Dentro de suas iniciativas está a  formação de jovens para o mercado de trabalho, não só para TI, mas a formação das pessoas para empregabilidade em qualquer área   O programa em parceria com o instituto IOS reúne as condições, como disse a executiva, para dar  à empresa  o caminho que ela tem como missão, que é a de ser a  empresa como escola.

Amanda Lyra, líder do time de Acessibilidade da i-Cherry, do grupo WPP, falou sobre um outro aspecto muito relevante no mercado de trabalho, o capacitismo. Como cadeirante, a executiva mostrou importância da formação de ambientes de trabalho menos excludentes, já que hoje  menos de 1% no mercado formal é destinado às pessoas com algum tipo de deficiência. "Ser  menos excludente e  dar acesso fácil, ter  igualdade para todos até  para quem não possui tem deficiências. É  melhorar o trabalho  para todos", disse . Como ressaltou a executiva, hoje os processos seletivos para  pessoas com mais idade, neuro diversos ainda é muito limitado, mas potencialmente o mercado  pode assimilar esta capacidade de trabalho pois incluir a diversidade inclui-se aí também  novas oportunidades.

Apagão de mão de obra

O segundo painel do dia do ESG Fórum 2023 trouxe um outro  viés importante no Social  que é a qualificação e apagão de mão de obra em tecnologia. Em comum os palestrantes convidados evidenciam que a saída para isso é  a contínua capacitação das pessoas e dar acesso a tecnologia de forma mais ampla , isto é, seja para que as pessoas tenham acesso à tecnologia ou venham a se interessar e desenvolver nesta área.

Neste sentido, Lucia Rodrigues, líder de Filantropia para a Microsoft Brasil  apontou que a transformação digital imposta ao mundo todos pela tecnologia  exige formação  dos profissionais para se manterem competitivos no mercado. Entretanto, diante  de avanços tão significativos, apenas uma parte das pessoas se sentem preparadas para estes desafios. Como salientou a executiva, uma big tech do porte da Microsoft não poderia se eximir de sua grande responsabilidade e impacto na sociedade, por isso, e por princípio a empresa se coloca como uma grande distribuidora de conhecimento , ou seja, uma fonte de popularização da tecnologia por meio de seu portfólio de produtos.

Assim dentro da companhia hoje, em todo o mundo, existem um número grande de programas de acesso e habilitação dentro de suas  ofertas que visam implementar as habilidades de qualquer tipo de pessoa, com  pouco ou nenhum conhecimento até os já especializados, a fim de disseminar a cultura da tecnologia, o conhecimento via produtos e dessa forma obterem colocação capacitada para todo tipo pessoas dentro da sociedade moderna.

De outro lado, Laíza Iasbech, gerente de estratégia da Global Authority Unit na VTEX, compreende que hoje o desafio das empresas, especialmente na área de tecnologia, é gerar conhecimento. Segundo ela,  o universo necessidades do mercado corporativo quando se encontra com o  terceiro setor consegue  reproduzir experiências excepcionais para as organizações.  Na área de tecnologia, como falou a especialista, a  jornada de empoderamento dos colaboradores, o  tratamento de equidade, abrem as portas,  criando ambientes acolhedores para manter e reter os profissionais desse mercado.

Nadja Brandão, diretora Executiva da {reprograma}  por sua vez, encabeça uma iniciativa que está apta a preparar pessoas para o mercado tecnológico de trabalho.  Elase dedica a dar formação e capacitação para pessoas que normalmente encontram mais dificuldade, seja pela falta de conhecimento técnico seja por suas características pessoais como  mulheres negras e trans. Por meio de ações educativas para acesso e disseminação de conhecimento técnico, colaboração entre empresas parceiras  e desenvolvimento de soft skills   a colocação desses profissionais vem atender a uma parte da lacuna de talentos do mercado tecnológico. Ela evidenciou ainda que mais que capacitar é também dar a oportunidade de crescimento pessoal, abrir os ambientes para uma gama de pessoas que em sendo acolhidas como são, com suas características podem e são profissionais aptos  ao mercado  e especialmente nos  ecossistemas de digital experts.

Sandro Simas, Vice-Presidente de Tecnologia da V.tal  focou num ponto de destaque que é a alta demanda e a formação de profissionais, porém a retenção passa pelo desafio dada a escassez que não envolve só necessariamente os altos salários oferecidos em todo o mundo, mas aos ambientes de trabalho.

Sua empresa disponibiliza vários programas de capacitação para todo tipo de profissional de tecnologia, seja em ferramentas e softwares específicos, seja para jovens em formação, seja para a s consideradas minorias.

Segundo argumentou, a retenção dos talentos em tecnologia passa pelo desenvolvimento de suas habilidades, dar a oportunidade de ter mais acesso ao conhecimento, indistintamente, leva ao crescimento e interesse das pessoas pela área tecnológica.

Diversidade no mercado de trabalho

Encerrando o ciclo de painéis de debates do segundo dia, dedicado ao Social, do ESG Fórum 2023, abordou o assunto diversidade e equidade no mercado de trabalho.

Fernanda Debortoli, gerente de Desenvolvimento Organizacional da NEO, salienta que a primeira etapa da integração  da diversidade e equidade dentro das organizações é a forma  como elas se relacionam com aqueles que fazem parte de seus quadros.  Como relatou a especialista, tudo começa na estrutura que a empresa estabelece, na discussão interna e no olhar para o mercado trazendo pessoas que sejam diferentes, diversas em raça gênero, deficientes, idades e dentro daquilo que os faz  diversos e incentivar a comunicação, onde todos possam se expressar, trazer seus diferentes pontos de vista e gerar debates, aprender com treinamentos, terminologias e  criar a cultura da companhia.

Como evidenciou, conhecer sobre a diversidade é um ato de direção, ou seja, precisa ser um foco de todos e especialmente das lideranças   e garantir um ambiente saudável e aberto como pilar estratégico da organização, precisa ser cultural e viver isso dia a dia

"A empresa só cresce quando há  visões diferentes dentro da empresa. Discutir e falar sobre inclusão, faz sentido e com isso ganha novos clientes que se identificam com esta diversidade, criando a identidade com o mercado. Um ambiente onde o cliente  se identifica é mais produtivo e lucrativo ",

Danni Mnitentag, vice-presidente de Parceiros e Canais e Líder de Diversidade & Inclusão da Microsoft Brasil  destacou que em se tratando de empresas de impacto  global, ter a identificação de seus consumidores representa seus objetivos de  negócios, produtos e serviços.

Segundo ele, a  intencionalidade  da diversidade deve partir das lideranças e a  partir dessas premissas de  representatividade,  a cultura se espalha dentro das empresas  para cada indivíduo, suas famílias e comunidades.

Conforme comentou, hoje as empresas possuem  quatro gerações diferentes em seus quadros pela primeira vez na história daí a necessidade de abrirem se discussões sobre as pautas de diversidade são cada vez mais urgentes, como integrar as pessoas que são produtivas , possuem os softs kilis da maturidade técnica e  pessoal, como encontrar os pontos em comum entre as diversidades a fim de trazer  ganhos são responsabilidades daqueles que estão  liderando.

Luiza Dos Santos Rubio, Head de Pessoas na Nomad, empresa nova no mercado nacional,  contou que  já trouxe a  inclusão e diversidade desde o início. Conforme disse, começar de maneira estruturada, ter diagnósticos, entender o que se quer, onde atuar, criar comitês, ter diretrizes e traçar os objetivos são passos essenciais para atender a essa demanda.

De acordo com a executiva, essa jornada não tem fim, sempre há o que melhorar, sempre existem  saltos de ganhos para todos, por isso incentivar a participação, sensibilizar a liderança e criar a cultura da diversidade é  garantir que  o que se está fazendo se perpetue para além do negócio e  seus colaboradores.

 

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