Ministro se compromete a ouvir provedores sobre o leilão de 3,5 GHz

0

Diante de uma plateia formada por provedores regionais, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, se comprometeu a ouvi-los sobre uma possível adequação do edital de 3,5 GHz ao tamanho dessas empresas. Os provedores argumentam que o modo como o edital está hoje não permite a participação de pequenas empresas, uma vez que não há a previsão de que licenças sejam divididas por município.

“Se existe faixa reservada para os pequenos, que ela seja colocada agora. Não podemos esperar as teles se capitalizarem”, afirma o presidente da Abrint, Wardner Maia, mencionando que a Resolução 537/2010 – que disciplina o uso do 3,5 GHz – estabelece que o leilão deva contemplar empresas de pequeno porte.

O ministro se disse “simpático” à presença dos provedores no leilão e os convidou para discutir o assunto no seu gabinete, em Brasília. “Estamos dispostos a sentar com a Abrint e conversar sobre isso, mas é um bem escasso e, por isso, tem de ser cedido mediante leilão ou ver alguma outra forma de convencer o TCU com base no interesse público”, afirmou ele, já sinalizando a abertura em discutir outras formas de cessão do espectro.

Interferência

A conselheira Emília Ribeiro, que também participou do evento organizado pela associação, informou que em menos de duas semanas o Comitê do Espectro e da Órbita da Anatel deve entregar um parecer sobre a questão da interferência dos equipamentos de 3,5 GHz sobre as antenas parabólicas, o que, em tese, encerra a questão e permite que o edital seja sorteado para a relatoria de um conselheiro. Segundo apurou este noticiário, entrtanto, o Comitê, que é presidido pelo conselheiro Jarbas Valente, ainda não chegou a uma solução para mitigar a interferência.

Segundo a conselheira, se o ministério quiser rever a modelagem do leilão é possível que isso seja feito. “É a primeira vez que eu vejo o ministro dizer que está disponível para discutir o leilão”, afirma ela.

A conselheira aproveitou a sua participação para apoiar o pleito da associação pelo fatiamento das áreas do leilão e ainda deu dicas à Abrint. Para Emília, um argumento que a entidade deve usar é o fato de que o regulamento de SCM (que ainda não foi sortedo na pós-consulta pública) prevê que haja licença por município. Na sua visão, por uma questão de coerência, parte das faixas de 3,5 GHz também deve ser licitada por municípios.

Para a conselheira, a associação deveria fazer um trabalho para que os provedores que hoje operam sem licença entrem para a formalidade, assim a associação teria ainda mais força junto aos órgãos do governo. Hoje os pequenos provedores somados seriam a quarta maior operadora de telecom do Brasil. Com a inclusão das empresas que operam sem licença – estimadas em dez mil – fala-se que eles passariam a representar a segunda maior operadora do País.

Universalização

O ministro Paulo Bernardo já fala na elaboração de um plano de universalização (e não massificação) da banda larga. “Estamos falando em chegar a 2014 com 70% de penetração da Internet. Faz todo o sentido pensar em um plano de universalização do acesso usando todas as tecnologias disponíveis e trabalhando com os recursos do governo, das grandes empresas e das pequenas que podem ser determinantes nessa questão de levar a cabo a universalização da Internet”, disse ele.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.